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Aos reféns, sequestrador disse que só queria entrar para a história

William Augusto da Silva afirmou não querer machucar ou levar os pertences
11:14 | Ago. 21, 2019
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O jovem Willian Augusto da Silva, de 20 anos, estava em surto psicótico quando sequestrou um ônibus da linha 2520 saindo de São Gonçalo com destino ao Estácio, no centro do Rio de Janeiro. Filho de uma cuidadora de idosos e de um padeiro, William desejava se tornar policial ou vigilante. Aos reféns, o jovem afirmou não querer machucar ou levar os pertences; só queria entrar para a história.

Segundo a UOL, Willian manteve-se a maior parte do tempo calmo; contudo, oscilava momentos de absoluto equilíbrio com pedidos descabidos. Chegou a pedir dinheiro e um helicóptero para escapar do local, mas também disse que atearia fogo ao ônibus ou lançaria o coletivo contra a mureta da ponte para que o coletivo caísse na Baía de Guanabara. William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há alguns dias.

De acordo com o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, a psicóloga presente no local identificou em William um perfil psicótico. O parecer levou a polícia a iniciar a “negociação tática” que culminou nos disparos fatais. “No contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava difícil manter a negociação”, contou o tenente-coronel.

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Até pouco tempo, Willian ajudava o pai na padaria, mas saiu por sentir muitas dores nas pernas. Ainda segundo a UOL, Willian estava matriculado na escola, mas não frequentava. Quieto, não tinha amigos conhecidos pela família e mantinha contatos com pessoas pelo celular. A mãe afirmou, dentro da delegacia, que o filho sofreu traumas, sem especificá-los.

Willian morava com a família no bairro Jockey, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, mas na noite anterior ao crime dormiu na casa da avó, no Jardim Catarina, também no município. A mãe dele relatou à polícia que seu último contato com o filho foi por WhatsApp na noite anterior ao sequestro.

De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, a major Fabiana Silva, que comanda a Secretaria de Vitimização do Rio, a mãe disse que William falava em se matar a todo momento. E teria prometido que não se mataria, mas provocaria uma ação em que fosse morto.

À imprensa, um primo de William contou que a ação foi inesperada, apesar de o jovem ter desenvolvido um quadro depressivo. "Ele estava bem, há pouco tempo tivemos um passeio em família. O médico dele receitou um medicamento, mas não sei dizer qual foi. A vida familiar era normal e, quando ele alarmou isso [a depressão], a gente começou a tratar", explica Alexandre Silva.

"Minha família é estruturada. Mas infelizmente meu coração é um, o dele é outro. Minha mente é uma, a dele é outra. A minha família é de laços familiares bons. Meu primo não teve proximidade com nada ruim. Ele era bandido? Talvez só tenha se tornado um agora", lamentou Alexandre.

Por volta das 9 horas dessa terça-feira, William foi morto por um atirador de elite. A perícia inicial indica que os tiros atingiram o antebraço direito, a perna esquerda, o braço esquerdo e o tórax por duas vezes. O governo do Rio de Janeiro informou que a família será acompanhada por representantes da Secretaria Estadual de Vitimização, nesta quarta-feira, 21, para solicitar a gratuidade do sepultamento do jovem. Pedido será feito com base em insuficiência de renda.

Com informações da Agência Brasil

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