Participamos do

Evento celebra mês da Mata Atlântica em São Paulo

20:01 | Mai. 05, 2019
Autor Agência Brasil
Foto do autor
Agência Brasil Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Neste mês, em que é celebrado o Dia da Mata Atlântica (27/05), o evento Viva a Mata terá uma série de ações para chamar a atenção da sociedade sobre a importância da conservação desse ecossistema para o desenvolvimento sustentável do país.

Para Erika Magalhães, gerente de Áreas Protegidas da SOS Mata Atlântica, entidade que organiza o evento, o Brasil é uma potência ambiental mundial, e a preservação da floresta beneficia o desenvolvimento socioeconômico, a saúde e o bem-estar da população.

“Queremos mostrar para a sociedade que, se a gente não conservar a natureza, se não conservar nosso maior ativo, o que faz a gente ser essa potência econômica, ambiental e um país megadiverso, a gente não vai conseguir resolver nossos desafios econômicos nem crescer para ser uma nação que oferece qualidade de vida para os brasileiros”, disse.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine
Economia

Do ponto de vista econômico, Erika destaca que 70% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos) do Brasil, é produzido nos 17 estados que compõem o bioma da Mata Atlântica e que concentram 85% da população do país. “Apesar de ser uma floresta extremamente ameaçada, que já perdeu mais de 90% da sua cobertura, ainda assim é uma provedora de qualidade de vida, de serviços ambientais e de insumos para gerar nossa economia, tanto insumos ligados ao agronegócio quanto outras matrizes econômicas”, explicou.

Além de matérias-primas para outras atividades econômicas, há a contribuição na área do turismo. “Se a gente pensar só no turismo associado à visitação de parques nacionais, há uma geração estimada de R$ 2,5 bilhões por ano. Isso contribui para gerar de 80 mil a 100 mil empregos”, acrescentou a gerente do SOS Mata Atlântica.

Erika lembrou que a economia brasileira serviu-se do bioma ao longo da História. “Desde a extração do pau-brasil até os grandes ciclos econômicos do Brasil, passaram pela Mata Atlântica: o café, a cana de açúcar, a industrialização e agora a urbanização, que é uma das maiores ameaças a esse bioma atualmente”. Segundo ela, os pequenos remanescentes de florestas que sobraram estão dentro das cidades e estão servindo de área para expansão urbana.

Qualidade de vida

A situação é bastante desafiadora, ressalta a especialista, porque cada vez mais a sociedade está vivendo em áreas urbanas, com déficit de natureza. Enquanto isso, pesquisas recentes mostram que estar próximo de florestas e de áreas verdes traz benefícios para a saúde.

“Esse é um tema muito novo: a relação entre saúde e natureza. Estar em área de natureza melhora a imunidade, reduz a pressão arterial, diminui a ansiedade, diminui a produção do hormônio associado ao estresse – o cortisol – e, como nós temos uma população urbana, esses 145 milhões de pessoas que vivem no bioma da Mata Atlântica vivem majoritariamente na área urbana, portanto sem floresta e portanto com sua saúde cada vez mais comprometida, seu bem-estar e qualidade de vida”, avaliou Erika.

Nas ações promovidas no evento deste mês, a SOS Mata Atlântica tem o objetivo de promover uma reflexão entre as políticas de conservação da natureza, políticas de planejamento e desenvolvimento urbano e políticas de saúde pública e coletiva. “As pesquisas tem mostrado que esses três pilares tem que caminhar juntos”, disse Erika. A programação completa do Viva a Mata 2019 está no site da entidade.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags