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Assista: Guarda municipal destrói parte de homenagem feita à Marielle Franco em Minas

Comando da Guarda Municipal de Ouro Preto informou que "recado já foi dado em 2018", quando outro agente repetiu a cena contra homenagem à vereadora
18:15 | Abr. 22, 2019
Autor O Povo
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Tipo Notícia

Um agente da Guarda Municipal de Ouro Preto, em Minas Gerais, destruiu parte de homenagem feita à vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada em março do ano passado no Rio de Janeiro. Manifestantes haviam enfeitado, nesse Domingo de Páscoa, uma rua com tapetes confeccionados com pó de serragem colorida – tradição centenária da cidade mineira.

Parte da decoração, porém, foi desfeita pelos pés de um guarda, enquanto ele era observado por outros dois colegas. Pessoas que participavam do ato imediatamente passaram a gritar palavras contra a ação do agente, dizendo que o direito de expressão de cada um deveria ser garantido.

Um homem não identificado esbravejou contra os agentes: "Ninguém vai chutar. Respeito à comunhão e à liberdade de expressão". Ao mesmo tempo, outras pessoas que estavam no protesto gritavam “Marielle vive”.

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Montagens com pó de serragem são uma tradição de mais de 300 anos em Ouro Preto, município responsável por grande do ouro brasileiro extraído por Portugal durante o século XVIII.

Ao UOL, o comando da Guarda Municipal de Ouro Preto comunicou, por meio de nota, que “a liberdade de expressão não é absoluta ainda mais quando outros direitos estão sendo afetados”. De acordo com o site, o órgão não teria dito quais seriam os direitos “afetados” no caso.

Em 2018, episódio parecido já havia acontecido na Cidade, quando outro guarda repetiu a cena e destruiu tapete em homenagem à vereadora. Agora, na nota divulgada, o Comando da Guarda Municipal de Ouro Preto relembrou o fato ocorrido. “O recado já foi dado em 2018, em 2019 não foi diferente. Respeitem Ouro Preto, nossas tradições. Vale salientar que os guardas só desmancharam os tapetes com os pés, porque não tínhamos outro instrumento", comunicou a nota.

O crime

A vereadora Marielle Franco estava em seu carro quando foi assassinada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, após ter sido alvejada a tiros. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também faleceu.

Pouco antes de completar um ano do crime, dois suspeitos foram presos, no último dia 12 de março. Os acusados são o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz. O primeiro é apontado como autor dos 13 disparos efetuados contra as vítimas, enquanto o segundo é acusado de ter dirigido o carro modelo Cobalt utilizado na fuga.

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