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Brasil perde três posições e fica na 105° posição no ranking mundial da liberdade de imprensa

Segundo o relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras, desde a campanha eleitoral de 2018, o jornalismo brasileiro se tornou alvo para apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
17:08 | Abr. 19, 2019
Autor O Povo
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Tipo Notícia

O Brasil ocupa a 105° posição entre as 180 nações que compõem a lista nesse ano do ranking mundial da liberdade de imprensa divulgada nessa quarta, 17, pela ONG Repórteres Sem Fronteiras. No ano passado, o País ocupava o 102° lugar. Segundo o estudo, desde a campanha eleitoral, o jornalismo brasileiro se tornou alvo para apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, tanto nas redes sociais quanto durante as coberturas.

De acordo com o levantamento, o Brasil se aproxima da zona vermelha da classificação (situação difícil). Além disso, aparece atrás dos vizinhos Uruguai (19°), Chile (46°), Argentina (57°), Peru (85°), Paraguai (99°) e também de países como a África do Sul (31°) e Haiti (62°). O território brasileiro só fica na frente da Bolívia (113°), Colômbia (129°) e Venezuela (148) na comparação com outros países da América do Sul.

Conforme o relatório, o ano de 2018 foi particularmente turbulento, marcado por quatro assassinatos de jornalistas e uma vulnerabilidade cada vez maior dos repórteres independentes que cobrem temas relacionados à corrupção, às políticas públicas ou ao crime organizado em cidades de pequeno e médio porte em todo o país.

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O resultado das eleições em outubro de 2018 é apontada pelo estudo da ONG como “um prenúncio de um período sombrio para a democracia e a liberdade de expressão no país”, pois segundo o relatório, o presidente Jair Bolsonaro fez uma campanha marcada “por discursos de ódio, desinformação, ataques à imprensa e desprezo pelos direitos humanos”.

Fonte de informação pelo WhatsApp

Segundo os dados divulgados pela ONG, dois terços da população se informam pelas redes sociais, no qual a plataforma de mensagens WhatsApp desempenhou um papel central nas eleições do ano passado, principalmente para o candidato do PSL. “Sendo a principal fonte de informação para uma maioria (61%) dos eleitores de Bolsonaro, particularmente desconfiados da imprensa nacional, o WhatsApp tomou o lugar das fontes tradicionais de informação”, relatou o estudo.

O relatório também apontou que o aplicativo foi o principal meio de compartilhamento de notícias falsas, no qual visou também desacreditar as reportagens críticas sobre o candidato Bolsonaro, as campanhas de difamação e outras teorias de conspiração, que se estruturaram e foram amplamente difundidas e partilhadas.

“Nesse contexto tenso, os jornalistas brasileiros tornaram-se um alvo preferencial, e são regularmente atacados por grupos disseminadores de ódio, especialmente nas redes sociais”, justifica o estudo.

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