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Maioria dos brasileiros acredita que o governo deve reduzir a desigualdade econômica no País

Levantamento mostra ainda que 2 em cada 3 brasileiros elegem "fé religiosa", "estudar" e "ter acesso à saúde" como prioridades para uma vida melhor
00:01 | Abr. 09, 2019
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A maioria dos brasileiros concorda que é obrigação dos governos diminuir a diferença entre muito ricos e muito pobres (84%) e que o progresso do Brasil está diretamente ligado à redução dessa desigualdade econômica (86%). Além disso, 77% dos brasileiros afirmam que defendem o aumento de impostos para as pessoas muito ricas para financiar políticas sociais e 94% concordam que o imposto pago deve ser usado para beneficiar os mais pobres do país. Os dados são da segunda edição da pesquisa Oxfam Brasil/Datafolha, divulgados nesta segunda-feira, 8.

Ainda segundo a pesquisa, 64% dos brasileiros afirmam que as mulheres ganham menos só pelo fato de serem mulheres – na primeira pesquisa, feita em 2017, eram 57%. Já a parcela dos que concordam que a cor da pele interfere no nível de rendimentos aumentou de 46% para 52% no mesmo período.

Quando questionados sobre as prioridades para a redução das desigualdades, os entrevistados deram uma nota de 0 a dez às alternativas propostas: o combate à corrupção ganhou nota de 9,7, e o investimento público em saúde, assim como a maior oferta de emprego e investimento público em educação, tirou a média de 9,6.

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Outros dados da pesquisa

FÉ RELIGIOSA, ESTUDAR E TER ACESSO À SAÚDE

2 em cada 3 brasileiros elegem “fé religiosa”, “estudar” e “ter acesso à saúde” como as três principais prioridades para uma vida melhor

A COR DA PELE DEFINE

72% acreditam que a cor da pele influencia a contratação por empresas

81% acreditam que a cor da pele influencia a decisão de uma abordagem policial

71% concordam que a Justiça é mais dura com negros

LUGAR DE MULHER

86% discordam que mulheres deveriam se dedicar somente a cuidar da casa e dos filhos, e não trabalhar fora

ATENDIMENTO PÚBLICO

75% apoiam a universalidade do ensino público fundamental e médio

73% defendem a universalidade para atendimento em postos de saúde e hospitais

O levantamento da Oxfam Brasil/Datafolha foi realizado nacionalmente entre os dias 12 e 18 de fevereiro em 130 municípios de pequeno, médio e grande porte. Segundo a organização, “o levantamento indica que a sociedade brasileira percebe os problemas da distribuição de renda no país, mas ainda não compreende o real tamanho das desigualdades brasileiras”.

Diante desses resultados, a Oxfam Brasil sugere algumas medidas, publicadas em seu site:

- A Oxfam Brasil pede a revogação da emenda do Teto de Gastos, já que o ajuste fiscal deve ser feito em outras políticas, vinculadas à tributação, por exemplo. Deve-se aumentar o alcance, a eficiência e a efetividade do gasto social.

- O País requer políticas inclusivas e que permitam melhor distribuição de renda no mercado de trabalho e isso inclui a revisão da reforma trabalhista no tocante à perda de direitos, ao aumento real do salário mínimo e ao devido cuidado fiscal.

- Quanto à reforma da Previdência, a prioridade das mudanças deveria se dar onde o impacto para o ajuste das contas públicas é maior: na alta burocracia do setor público, nos militares e no judiciário. É preciso garantir que a reforma da previdência se torne um mecanismo para enfrentar as desigualdades e não para reforçá-las.

- A Oxfam Brasil defende a manutenção e expansão do Programa Bolsa Família e das políticas de assistência, como meios de garantir uma vida digna a quem mais precisa, reduzindo a pobreza e a exclusão social no país.

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