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4.300 ônibus foram queimados no Brasil em 31 anos, aponta estudo

Ceará tem aumento no número de ataques relacionados a ações organizadas de facções criminosas. No Brasil, prejuízo somado chega a R$ 1,9 bilhão
13:41 | Jan. 23, 2019
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Documento com compilação de todos os ataques a ônibus desde 1987 é lançado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). O estudo aponta que 4.300 ônibus foram queimados ou depredados neste período de 31 anos. O Ceará é o quinto estado brasileiro com maior índice de atentados contra os veículos de transporte público.

De acordo com a pesquisa, divulgada pela Confederação Nacional de Transporte, desde 2018 o número de ataques contra ônibus no Ceará vem crescendo. Antes disso, São Paulo e Rio de Janeiro concentravam a maior parte dos casos de ataques coordenados por facções criminosas. Mesmo assim, de 2004 até o ano passado, 80 veículos foram incendiados no Ceará. Os casos em Minas Gerais também aumentaram.

[SAIBAMAIS]O estudo lembra os ataques de março de 2018 no Ceará, quando criminosos reivindicavam a retirada de bloqueadores de sinal de celular nos presídios do Estado. Nesta ocasião, além de prédios e equipamentos públicos atacados, pelo menos doze veículos de oito empresas diferentes foram incendiados completa ou parcialmente. 

Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus, explicou aos responsáveis do estudo a nova política de proteção aos veículos. O protocolo de atuação em casos de incêndios e vandalismos conta com a ajuda das forças de segurança pública. “Por esse padrão de funcionamento, logo que um ônibus é atacado, a Polícia é acionada, assim como o Serviço de Inteligência, que determina se há riscos de novos ataques”, diz. 

[FOTO2]Dados divulgados pelo Sindiônibus em meio a onda de ataques que acontece no Ceará desde o dia 2 de janeiro mostra que, nos últimos seis anos, 68% das vezes que a frota foi atingida a motivação esteve relacionada a atuação de grupos criminosos. As ações acontecem em represália a medidas do governo estadual ou municipal. O número de ônibus queimados em 2019 ultrapassa os atentados registrados em todo o ano de 2014 e 2015. Nos quatro primeiros dias do ano, pelo menos 19 veículos foram alvo de incêndios. 

A associação responsável pelo estudo defende maior rigor na punição dos responsáveis. De acordo com a NTU, o prejuízo causado chega a R$ 1,9 bilhão. Eurico Divon Galhardi, autor da pesquisa, cobra ainda maior atuação do poder público no combate aos ataques e na garantia do transporte público como direito social.

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