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Deus se fez criança

18:40 | Dez. 28, 2018
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Tipo Notícia

O mistério do Natal permanece obscurecidos. A proximidade do fim de ano carrega o peso do cansaço e ansiedades que impedem a preparação para acolher a Novidade natalina. O consumismo, o vazio e dispersão dificultam a vivência profunda do Natal e nos distanciam da gruta de Belém.
  
Na gruta, porque não havia lugar para eles na casa dos homens, Deus se fez criança. O coração de Deus bate dentro do peito humano. Ele assumiu nossa carne, e se tornou igual a nós em tudo, menos no pecado. É a noite que Deus se humaniza. Por nosso amor fez-se Pessoa e nasceu no tempo. O Deus dos cristãos não é um mito, nem um livro, mas Palavra encarnada, presença interpelante na história dos homens. Aquele que foi anunciado pelos profetas se deixa ver e tocar na fragilidade de uma criança: Jesus de Nazaré.
  
Ao contemplar o Menino em Belém, Agostinho diz: Ele está deitado numa manjedoura, mas contém o universo inteiro; mama num seio materno, mas é o pão dos anjos; veio em pobres panos, mas reveste-nos de imortalidade; é amamentado, mas é também adorado; não encontrou lugar na estalagem, mas constrói para si um templo no coração dos seus fiéis. Nossa humanidade foi divinizada pela “descida” de Deus. Deus agora pode ser buscado em nossa interioridade e em tudo o que é humano. 
  
Conectar-se, nesta noite, com a gruta de Belém é despertar o que há de mais ‘divino” em nós. Para isso é imprescindível o silêncio. No silencio da gruta de Belém somos pacificados das ansiedades e agitações, da sede de poder e vaidades. O silêncio da gruta nos revela o essencial e faz brotar o desejo profundo de sermos mais humanos. O Menino que está na gruta desperta o menino adormecido em cada um de nós. Esse menino é o que existe de melhor em cada um de nós: a simplicidade,confiança, a infância e a paz.
  
Deus não quis vir ao mundo, senão através da família. A família é um “sonho de Deus”. Deus sonha a família e é nela que se mostra. Natal é tempo de “sonhar a família” e “sonhar em família”. Natal é Deus que entra em nossa própria casa. Reúne, portanto, a família e descobre as pegadas da Divindade que se humanizou nos gestos de aconchego, amor, paz e fé. Feliz Natal!

Padre Eugênio Pacelli – SJ
correiaeugenio@hotmail.com
Mestre em Teologia

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