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Mesmo com adiamento, secretário crê em transposição "praticamente concluída" até janeiro

Mesmo com a transposição das águas do São Francisco ao Ceará ter sido adiada em mais um semestre, o secretário de recursos hídricos Francisco Teixeira aponta que 99% da obra está fisicamente concluída
22:30 | Nov. 13, 2018
Autor Larissa Carvalho
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Tipo Notícia
A chegada das águas do rio São Francisco ao Ceará foi adiada em mais um semestre, apesar de as obras físicas estarem bem perto do fim. O novo atraso se deve a vazamento na última estação de bombeamento do Eixo Norte - o canal que leva água até o Ceará.
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"A obra estará praticamente concluída fisicamente até dezembro ou janeiro, no sentido de poder passar a água. A questão vai ser retificar alguns problemas, como foi esse do vazamento. Em dois ou três meses, esse problema poderá ser resolvido. Eu diria que 99% da obra no sentido de poder passar a água está concluída", afirma o secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, em entrevista ao programa O POVO no Rádio, na rádio O POVO CBN.
 
Dado o vazamento na estação, a previsão do Ministério da Integração Nacional é de retomada do bombeamento entre janeiro e fevereiro de 2019. "Estamos trabalhando com essa perspectiva de recarga de água no ano que vem. Evidentemente, medidas complementares têm de acontecer. Racionalização do uso e limitação da água de irrigação ainda mais", afirma o secretário do Câmara Temática Água e Desenvolvimento (CT Água) Francisco Viana.
 
A preocupação, conforme Francisco Teixeira, é o indicativo de um El Niño fraco a moderado no próximo ano, que reduza a incidência de chuvas. "Pode ter chuvas irregulares novamente no próximo ano. E o São Francisco é aumento de garantia da nossa oferta hídrica".
 
Empreiteiras e a Lava Jato 
 
Ex-ministro da Integração Nacional, Teixeira destaca que os atrasos sucessivos se devem à complexidade da obra. "Teve uma mistura de promessas de fazer em quatro, seis anos, de uma obra que só teria condições fazer só em dez. É uma obra imensa".
 
Ele afirma que o momento econômico do País, com empresas endividadas e empreiteiras atingidas pela operação Lava Jato, foi outro complicador para a obra. "O principal atraso da obra é em função realmente de empresas que foram contratadas, pela lei brasileira, por oferecerem menor preço. Mas, no decorrer da obra, não mostraram desempenho adequado para desenvolver".
 
Na opinião do secretário, o exemplo do Rio São Francisco deve ser aproveitado para reformular a legislação sobre a contratação de empresas para obras de grande porte.

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