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Crianças usam relógios como tornozeleiras eletrônicas, denunciam professores

As tornozeleiras eletrônicas são imitadas com outros dispositivos, como relógios. Situações foram flagradas na capital amazonense
20:06 | Jul. 11, 2018
Autor O POVO
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Tipo Notícia
Professores das escolas municipais do Mauazinho, na Zona Leste de Manaus (AM), denunciam o exemplo do crime às crianças e adolescentes de 6 aos 15 anos de idade. Os alunos mesmo se identificam como sendo integrantes de facções criminosas, conforme reportagem do jornal local A Crítica.
 
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“Quando eu crescer, quero ser como o Melk”, dizem alunos, fazendo referência ao homem apontado como comandante do tráfico de drogas na região.
 
Assim, há crianças que, na escola, utilizam relógios pretos no tornozelo, simulando tornozeleiras eletrônicas. Os equipamentos são, normalmente, usados por quem cumpre penas em regime aberto ou semiaberto.

“Quando eles aparecem aqui com os relógios nos tornozelos, a gente manda eles tirarem. Porém, se negam, dizendo que os pais deles usam e que não vê problema nisso”, contou uma professora que não teve a identidade revelada.
 
“O sonho deles é se integrar ao tráfico. Sempre que podem, se identificam como integrante de facções, assinalam nas paredes e nos banheiros da escola”, ressaltou outro professor.
 
Os profissionais da Educação poderam que a influência da criminalidade se dá porque é a referência tida pelas crianças. A figura do criminoso "demonstra riqueza e poder".
 
Muitos deles, contam os professores, vão em carros de luxo buscar seus filhos nas escolas. "Em uma das escolas, a filha de um dos traficantes da área, de apenas 13 anos, vai à escola pilotando a própria motocicleta", denuncia o jornal manauara.
 
Ao A Crítica, a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), em nota, informou que desenvolve programa de Prevenção às Drogas e que a Polícia Militar desenvolve há 15 anos o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). 
 
“A nossa função é escolarizá-los, mas temos também que ensinar valores”, diz um dos professores. O rendimento escolar é baixo. “Por traz de uma nota vermelha sempre tem uma história triste”, completa outra docente.
 
Redação O POVO Online

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