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Devotos de Santo Antônio se casam após 17 anos

Nilzete e Antônio Marcos foram 'convidados' para o próprio casamento
12:11 | Jun. 13, 2018
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“Vivia comendo direto da panela, diziam que, quando eu casasse, choveria”, brincou Nilzete do Nascimento, 59 anos, antes de subir ao altar da Igreja da Vitória, já com o buquê à mão. Nesta terça-feira, 12, Dia dos Namorados e véspera de Santo Antônio, a brincadeira pareceu profecia: o dia amanheceu chuvoso. Mas, nada impediu que a devota do santo casamenteiro dissesse finalmente “Sim” a Antônio Marcos, seu companheiro há 17 anos. Uma comemoração ao amor de longa data, mais um motivo para rezar ao padroeiro.

O detalhe: há menos de duas semanas, nem o casal planejava o casório. O pedido veio por meio de uma ligação em um domingo de folga. Mas, nem do noivo, nem da noiva. “Me ligaram perguntando se eu queria casar, porque era Dia de Santo Antônio, que organizariam tudo e eu disse que sim”, contou a noiva, antes da cerimônia. Quem ligou foi sua chefe por quatro décadas, Núria, a pedido da amiga Regina Stuário. Todas unidas pelas devoção.

Fiel do santo, 'cupida' e casamenteira de longa data, Regina organizou a cerimônia em dias. “Já perdi as contas de quantos casamentos já fiz. Foram muitos, nossa”, tenta calcular Regina. Mas, desta vez, teve certa dificuldade para encontrar um casal. “Comprovei que as pessoas não querem casar. Foi bem difícil achar alguém. Ainda bem que encontramos Nilzete”, brinca. 
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E que Nilzete encontrou Regina. Porque casar de papel passado, véu e grinalda e paróquia lotada não era uma opção. “Ele (Antônio) ficava me pedindo e eu dizendo não. Mas aí, quando me ligaram, não sei, mudei de ideia. Liguei pra ele depois e ele aceitou”, lembra Nilzete. 

Seria milagre do santo casamenteiro? Milagre duplo, se for o caso, acredita o pároco Luís Simões. Afinal, foi a primeira vez na história que a igreja recebeu um casamento durante a trezena a Santo Antônio. “É tudo novidade hoje, né? Estamos todos felicíssimos”, falou o padre antes da cerimônia.

Da Ilha de Itaparica, Dilma, 63, e Otto, 70, Martins, vieram a Salvador para participar do milagre do casamento. “Eu sou devota também, muito bom ver meu irmão casando logo hoje”, emocionou-se Dilma, nas cadeiras reservadas para os padrinhos.

Também emocionado estava o noivo. Recebeu, lágrima nos olhos, a noiva Nilzete. Rezaram juntos ao padre e aos fiéis e convidados. Chovia lá fora, Nilzete e Antônio aceitavam um ao outro. Louvor ao santo e ao amor.
 
Via Rede Nordeste

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