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Com Lei Seca, mortes por acidente diminuem no Ceará, mas número de internações cresce 81%

Pesquisa revela ainda que, de 2011 a 2017, Fortaleza diminuiu em 21% o número de pessoas que admitem conduzir veículos motorizados após consumir qualquer quantidade de bebida alcoólica
14:15 | Jun. 19, 2018
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[FOTO1]Após dez anos da implantação da Lei Seca, os óbitos por acidentes de trânsito diminuíram 14%. O número, que era de 38.273 em 2008, caiu para 32.615 em 2017, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. No Ceará, a redução foi de 5%. As internações pela mesma razão, no entanto, subiram 90,2% em todo o Brasil, com os casos subindo de 95.216 para 181.120 de 2008 a 2017.

No Ceará, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) mostra que 5.490 pessoas foram internadas devido a acidentes de trânsito em 2008. Esse quantitativo subiu em 81% em 2017, quando foram registradas 9.978 internações. Os gastos com esses atendimentos de saúde passaram de R$ 4 milhões para R$ 14 milhões, no Estado. O Nordeste foi a segunda região com mais internações, com crescimento de 142%. Um gasto superior a R$ 60 milhões. 

Os estados que registraram maior queda na mortalidade foram o Distrito Federal (40,6%), São Paulo (35,65%), Paraná (22,7%), Santa Catarina (20,5%), e Mato Grosso do Sul (18,8%).  Em contrapartida houve o aumento da mortalidade no Tocantins (27,8%), Piauí (27,5%), Maranhão (17,5%) e na Bahia (15,6%). 
 
[FOTO2]Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, apontam que, de 2011 a 2017, Fortaleza diminuiu em 21% o número de pessoas que admitem conduzir veículos motorizados após consumir qualquer quantidade de bebida alcoólica. 

Considerando ambos os sexos, a porcentagem se manteve estável. Para o ano de 2017, de toda a população residente nas capitais do País, 6,7% dos adultos afirmou que pratica tal comportamento. Os homens dentro desse patamar ainda continuam sendo os que mais se arriscam, com percentual de 11,7% enquanto que, entre as mulheres, esse mesmo percentual foi de 2,5%. Para o sexo feminino, no entanto, houve aumento, já que o índice antes era de 1,9% em 2011.
 
“Esse é um perfil mundial, mas que no Brasil agrava a situação devido à infraestrutura que o País oferece aos condutores. É necessário ser mais prudente, pensar que os acidentes de trânsito podem matar e causar graves sequelas. Da mesma forma, os governos também precisam rever como podem tornar as vias melhores e mais seguras”, explica Diretora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho. 
 
O levantamento ainda mostra que entre as cinco capitais onde mais se pratica o consumo de álcool ligado à direção estão Palmas (16,1%); Florianópolis (15,3%); Cuiabá (13,5%); Boa Vista (11,6%); e Campo Grande (11,3%). O hábito também é menos praticado em Recife (2,9%); Maceió (3,4%); Rio de Janeiro (4%); Vitória (4,1%) e Porto Alegre (4,8%). 
  
Redação O POVO Online 

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