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"Que a escola pública sinta-se representada", diz morador da periferia que passou em Direito

Filho de pais pobres e negro, o estudante é o primeiro da família a entrar em uma universidade pública
11:18 | Fev. 08, 2018
Autor O POVO
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Tipo Notícia
[FOTO1]Lívio Pereira, 18 anos, realizou o sonho de passar em um universidade pública com estilo: o jovem foi o primeiro colocado, na sua modalidade de cota, no concorrido curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Morador da periferia de Salvador, filho de empregada e de motorista de ônibus, ele disse não acreditar no feito.

Em entrevista ao portal Correio da Bahia, o ex-estudante de escola pública contou que nunca foi um aluno excelente até chegar no 3º ano do ensino médio. "Com a pressão do Enem e do vestibular, eu comecei a estudar", comentou. 

A vontade de seguir a carreira jurídica começou ainda no 1º ano, no Colégio Estadual Anísio Teixeira, onde fazia um curso de Segurança do Trabalho. Ele diz que já pegava matérias específicas do Direito e acabou descobrindo que queria fazer o curso. Na sua rotina de estudos, ele diz que acordava às 6h30min com um despertador intitulado "dormir não lhe torna advogado."

Após dois anos tentando entrar em uma das universidades mais conceituadas do País, Lívio pensou que estivesse ficando "louco" quando viu o resultado. "Eu atualizava o Sisu o tempo todo durante três dias. Corri gritando pela casa quando vi meu nome lá e minha mãe achou até que eu estivesse doido”, brinca.

Luta 
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Morador da periferia, filho de pais pobres e negro, o estudante é o primeiro da família a entrar em uma universidade pública. Por ser muito humilde, ele diz agradecer aos seus pais por não terem o colocado para trabalhar e o deixaram só estudando.

“Quero que a galera de escola pública sinta-se representada”, desabafou ele ao comentar o resultado. O jovem comenta que alguns alunos da sua antiga escola não sabem nem da existência da UFBA e deseja "que todos eles entrem na universidade".
 
Redação O POVO Online 

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