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Médicos entram em greve por tempo indeterminado em Recife

Os médicos denunciam ainda que os postos de saúde estão com mofo nas paredes, rebocos de tetos soltos, além de postos instalados em containers sem ventilação adequada
10:36 | Jan. 18, 2018
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A partir desta quinta-feira, 18, os médicos do atendimento ambulatorial do sistema público do Recife estão em greve por tempo indeterminado. Apenas atendimentos de urgência, emergência e nas maternidades serão mantidos. Estão suspensos também os serviços relacionados ao Programa Saúde da Família, que na capital pernambucana são executados por 251 equipes, distribuídas em seis zonas administrativas. A paralisação dos cerca de 500 médicos também afetará as unidades do Centro de Atenção Psicossocial, de tratamentos no âmbito da saúde mental e dependência de álcool e outras drogas.

A categoria lista como principais problemas enfrentados pelos médicos a falta de medicamentos e insumos básicos, como luvas e gaze, o descuido da gestão municipal com a estrutura física e a segurança das unidades de saúde. Na pauta de reivindicações, consta ainda um reajuste salarial. Os médicos dizem que o último foi há um ano e quatro meses.

Os médicos denunciam ainda que os postos de saúde estão com mofo nas paredes, rebocos de tetos soltos, além de postos instalados em containers sem ventilação adequada.

A paralisação dos médicos tem o apoio do Conselho Regional de Medicina e da Associação Médica de Pernambuco, que cobram um "diálogo efetivo" com a prefeitura. Eles informam que a última reunião com a prefeitura foi no início de novembro.

Os médicos marcaram para o dia 25 uma assembleia para avaliar o movimento.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Recife disse ter realizado diversas reuniões de negociação com o Simepe, e que continua "aberta ao diálogo".

"Os médicos servidores do município tiveram ganhos cerca de 10% acima da inflação desde 2013. Foram nomeados 767 novos médicos no período. Com relação às condições de trabalho, a prefeitura realizou, em apenas cinco anos, R$ 200 milhões de investimentos nas unidades de saúde, o que é mais do que os 10 anos anteriores", diz o comunicado.

Agência Brasil

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