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Pai de menino que desmaiou de fome diz que quer o melhor para o filho

O pai disse que, de acordo com o filho, as refeições servidas na escola são, na maioria das vezes, biscoito com suco, o que o fazia voltar para casa com fome
16:30 | Nov. 21, 2017
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O menino de oito anos que estuda na Escola Classe 8 do Cruzeiro, após ter desmaiado de fome na sala de aula, tenta voltar a sua rotina. Depois do acontecido, a criança tem recebido atenção especial. O pai da criança, Francisco Firmino da Silva, de 31 anos, que está com filho na sua casa desde o episódio, diz que mesmo que não queira comer, ele está se alimentando melhor. Conforme diz, hoje, 21, ele comeu macarronada com carne e batata. A informação é do site Metrópoles.

Firmino garantiu que paga pensão, mas alegou que por quatro vezes a mulher foi buscar o dinheiro, mas não o encontrou. O provável caminho da criança deverá ser a casa da mãe, Luciana Araújo, no Paranoá Parque, ainda nesta terça-feira, 21.

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No dia do incidente, o menino se queixou de uma forte dor no peito e disse que estava sem comer. A escola acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e chamou o pai. Luciana diz que ele estava fraco e desfalecido, embora não tenha desmaiado na sua presença. A professora, informa, o conduziu nos braços da sala de aula até a direção da escola. Lá, o Samu foi acionado.

O pai disse que, de acordo com o filho, as refeições servidas na escola são, na maioria das vezes, biscoito com suco, o que o fazia voltar para casa com fome. O homem afirma que ficou surpreso ao receber o telefonema da escola sobre o estado do filho.

Dos irmãos do menino, três estudam no colégio. Eles disseram que tinham se alimentado em casa, mas o irmão não quis a refeição. O pai disse para a reportagem do Metrópoles que no dia o menino só comeu mingau de milho no café da manhã.

A mulher e as crianças moram no Paranoá Parque. Diariamente, as crianças viajam aproximadamente 30 km para chegar a escola no Cruzeiro, visto que não existem instituições de ensino públicas na região em que moram. Conforme o Governo do Distrito Federal (GDF), a família da criança é beneficiária dos programas Bolsa Família e DF Sem Miséria. Juntos, eles totalizam R$ 920 mensais, conforme o Conselho Tutelar.

O caso fez com que os serviços de educação prestados pelo GDF fossem questionados. Os problemas foram agravados por um levantamento feito pelo Conselho de Direitos Humanos do DF, o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) e pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, que enumera falhas no espaço físico, no transporte e na alimentação ofertados aos alunos. O mesmo acontece com o acompanhamento pedagógico dos alunos.

Ainda conforme o levantamento, algumas crianças relataram precariedade na alimentação. Na maioria das vezes o lanche oferecido é biscoito de leite. O estudo também aponta falta de diversidade no cardápio para crianças com restrições alimentares.

 

Redação O POVO Online

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