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Estudo aponta: cocaína e remédios contaminam mar de São Paulo

A pesquisa, iniciada em 2014, abrangeu 4,5 km na região que recebe esgoto doméstico tanto de Santos como de São Vicente
16:52 | Nov. 23, 2017
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Uma quantidade considerada alarmante de cocaína e de substâncias derivadas de remédios está acumulada na Baía de Santos, localizada no litoral paulista. A situação foi revelada por um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Universidade Santa Cecília (Unisanta), que mostrou que as concentrações são altas e já afetam a vida marinha, podendo trazer consequências aos seres humanos. A informação é do UOL.

A pesquisa, iniciada em 2014, abrangeu 4,5 km na região que recebe esgoto doméstico tanto de Santos como de São Vicente. O coordenador do estudo, professor e ecotoxicologista Camilo Seabra Pereira afirma que foram encontrados remédios como ibuprofeno, paracetamol, diclofenaco, losartan e cocaína, tanto pura como metabólica, a que sai na urina.

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A conclusão foi a de que a contaminação se dá, sobretudo, pela rede de saneamento. A Seabra informou que o esgoto da cidade de Santos passa pela estação de tratamento, no entanto, as substâncias não são retiradas pelo sistema tradicional e alcançam o mar.

O resultado chamou a atenção dos pesquisadores, visto que a concentração de remédio e cocaína no mar, em 2014, foi equivalente ao volume de cafeína encontrado nas águas da região.

A quantidade de cocaína na Baía de Santos já se aproxima de 500 nanogramas por litro d'água, quantidade suficiente para afetar a fauna. Para desvendar as consequências dessas substâncias sobre os animais, os pesquisadores avaliaram seus efeitos sobre mariscos, filtradores de água, nativos, cultivados e coletados na região.

O professor Seabra diz que mexilhões foram afetados em sua reprodução, em suas células sanguíneas e DNA.

A próxima etapa do estudo, em 2018, é mensurar o dano que essa contaminação pode causar aos seres humanos.

 

Redação O POVO Online

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