Nu artístico gera polêmica no MAM de São Paulo
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A performance de um artista, cujo corpo, nu, pode ser manipulado pelo público, gerou uma polêmica acalorada após a interação de uma menina com a obra, o que motivou uma investigação judicial.
La Bête, obra do coreógrafo Wagner Schwartz, foi exibida no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo na terça-feira, 26, na abertura da 35ª mostra Panorama de Arte Brasileira 2017.
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AssineSegundo vídeos postados nas redes sociais, durante a apresentação, o artista está estendido no chão, imóvel e completamente nu, enquanto uma mulher e sua filha se aproximam engatinhando e o tocam nos pés.
A participação da menina chocou muitos internautas, que estamparam sua indignação nas redes, qualificando a performance de "pornografia" e "pedofilia".
Após receber várias denúncias, o Ministério Público de São Paulo decidiu abrir na sexta-feira, 29, uma investigação para determinar se, como dizem os denunciantes, o MAM "estaria expondo crianças e adolescentes a conteúdo inadequado, uma vez que um homem estaria posando completamente sem roupa e o público seria convidado a tocá-lo, inclusive crianças", diz no documento o promotor de Justiça Eduardo Dias de Souza.
Souza pediu informações ao museu e determinou que a qualificação indicativa da peça seja revista, assim como a retirada do Facebook e do YouTube de todos os vídeos em que menores aparecem interagindo com o artista.
O MAM, por sua vez, informou que La Bête "não tem conteúdo erótico" e que a menina em questão estava acompanhada da mãe.
"A sala estava devidamente sinalizada com o teor da apresentação, incluindo (o aviso de) o nu artístico", como é habitual nas exposições artísticas da casa, acrescentou o museu.
O MAM lamentou "as manifestações de ódio e de intimidação à liberdade de expressão que rapidamente se propagaram pelas redes sociais".
Este episódio voltou a gerar debates acalorados nas redes sociais, depois do encerramento antecipado de outra exposição em Porto Alegre por denúncias de que algumas obras eram religiosamente ofensivas e incentivavam a pedofilia.
A mostra "Queermuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira" integrava a programação do centro Santander Cultural da capital gaúcha e foi cancelada pelos organizadores um mês antes do previsto.
AFP
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