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Justiça condena casa noturna a pagar indenização a ex-funcionária por ter de restringir entrada de negros

Ao juiz, a casa noturna negou as afirmações de racismo e disse que a única restrição à entrada na casa noturna diz respeito ao vestuário, como uso de bermudas e sandálias
23:37 | Set. 25, 2017
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A Justiça determinou que a casa noturna Villa Mix, em São Paulo, pague uma indenização por danos morais de R$ 60 mil a uma ex-funcionária. De acordo com informações do portal de notícias G1, a autora da ação, que é negra, diz que a casa noturna a obrigava a restringir a entrada de pessoas de raça negra, por não se enquadrarem no perfil de frequentadores pré-estabelecidos. A mulher que trabalhou como hostess por dois anos, era responsável por selecionar os frequentadores do estabelecimento.

“Suas ordens eram para autorizar somente pessoas que se enquadravam no perfil autorizado pela empresa, excluindo os negros. Mesmo quando havia reserva, se a pessoa fosse de raça negra, não era autorizada a entrar, havendo imediata exclusão na lista de reservas. A empresa exercia rígida fiscalização quanto a isso, ressalvadas celebridades”, declarou na decisão o juiz Antonio José Fatia.

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Ao juiz, a casa noturna negou as afirmações de racismo e disse que a única restrição à entrada na casa noturna diz respeito ao vestuário, como uso de bermudas e sandálias. Procurada pelo G1, a defesa do estabelecimento não se pronunciou.

Segundo a funcionária, quando uma pessoa estava registrada na lista de entrada e se apresentava na porta do estabelecimento, ao ser constatada que era negra, cabia à hostess declarar que seu nome não estava lá. A mulher diz que ficava constrangida toda vez que precisava barrar alguém.

O advogado da ex-funcionária, Raphael Chinche, disse que, além da indenização por danos morais, sua cliente também receberá por vínculo trabalhista que foi comprovado na ação, já que ela não tinha registro na carteira de trabalho. Os valores da indenização ainda serão calculados.

Redação O POVO Online

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