Participamos do

Polícia pede prisão de sete pessoas por rompimento de barragem em Mariana

O presidente licenciado da empresa, Ricardo Vescovi, está entre os indiciados sob suspeita de homicídio qualificado por dolo eventual e poluição de água potável
17:01 | Fev. 23, 2016
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Atualizada às 18h32min

A Polícia Civil de Minas Gerais pediu a prisão preventiva de sete pessoas nesta terça-feira, 23, após concluir inquérito que apura o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

O presidente licenciado da mineradora Samarco, Ricardo Vescovi, está entre os indiciados sob suspeita de homicídio qualificado por dolo eventual (sem intenção, mas assumindo o risco), além de inundação e corrupção ou poluição de água potável.

O restante da lista é formada por Kléber Terra, diretor-geral de operações; Germano Lopes, gerente-geral de projetos; Wagner Milagres, gerente de operações; Wanderson Silvério, coordenador técnico de planejamento e monitoramento; e Daviely Rodrigues, gerente de geotecnia. De acordo com a Polícia, todos eles foram licenciados de seus respectivos cargos na Samarco, pertencente à Vale e à australiana BHP Billiton. O engenheiro Samuel Paes Lourdes, da VogBR, complementa a lista. 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

[SAIBAMAIS 4]A pena por homicídio qualificado pode variar de 12 a 30 anos de prisão, para cada morte (19), enquanto que a pena por poluição de água potável pode resultar em reclusão de dois a cinco anos. Já o crime por inundação gera multa com risco de três a seis anos de prisão.

O delegado regional de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante, à frente da investigação, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 23, que os pedidos de prisão têm como intuito acalmar a população no que diz respeito ao acidente. As informações são do G1.

“A falta do monitoramento, da operacionalização da barragem, da autorização do recuo, da não atualização da carta de risco, do alteamento e o plano de emergência falho por parte da Samarco fizeram com que houvesse os elementos necessários para o indiciamento formal dos diretores, coordenadores e gerentes da empresa. Quanto à responsabilização criminal do engenheiro da VOGBR, se dá pelo fato de ele ter declarado a estabilidade da barragem sem levar em consideração o recuo do eixo, desconsideração dos piezômetros que estavam instalados nesse recuo e demais elementos que demonstravam alguma alteração”, pondera o delegado, conforme divulgação da Polícia Civil de Minas Gerais.

Desastre

A barragem da Samarco se rompeu em Mariana no dia 5 de novembro de 2015, deixando 17 mortos confirmados e dois desaparecidos. 

O município de Bento Rodrigues ficou destruído e o Rio Doce foi poluído até a foz, localizada no Espírito Santo.

Conforme a Polícia Civil, a causa do rompimento da barragem se deve ao excesso de água nos rejeitos, agravada pelas falhas e redução de equipamentos de monitoramento.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, este se trata do maior desastre ambiental da história do País.

Redação O POVO Online

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente