Bárbara Penna, uma jovem que foi agredida, queimada e jogada do terceiro andar do apartamento que morava, em 2013, ficou frente a frente, pela primeira vez, com João Guatimozin Moojen Neto, autor do crime e ex-marido da vítima.

O encontro aconteceu durante uma audiência no Fórum Central nessa terça-feira, 5, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A jovem chorou muito, mas disse “que precisava estar presente na audiência”.

Neto colocou fogo no apartamento em que morava com Bárbara e os dois filhos, um bebê de três meses e uma menina de dois anos, que morreram. Um vizinho, de 76 anos, que tentou ajudar no resgate, também acabou morrendo.

[SAIBAMAIS2] 

Bárbara se tornou um marco na luta contra a violência doméstica. Ela falou sobre a violência vivida e emocionou o País durante uma de suas declarações.

"Eu queria fazer um apelo para que as mulheres denunciem, não deixem chegar nesse ponto que eu cheguei. Quando os homens começarem a agredi-las verbalmente já denuncie", disse.

Para o advogado da vítima,  Marçal Carvalho, ela chegou de 'surpresa' na audiência, já que não era obrigatório sua presença. Ela já havia prestado seu depoimento no caso e agora as vítimas de acusação estão sendo ouvidas.

"Foi muito traumático para ela, mas ela quis estar lá e disse que precisava desse encontro. Ela lembrou muito dos filhos e disse que eles deram a força que ela precisava", disse ele.

Entenda o caso

No dia do crime, 6 de novembro de 2013, ela foi agredida pelo marido e contou que pediu para que ele parasse para não acordar as crianças. Sem atender ao pedido da esposa, João continuou agredindo até que Bárbara, na época com 19 anos, desmaiou.

[FOTO2] 

Ela acordou com o apartamento já em chamas, correu para a cozinha, onde não havia grades na janela e gritou por socorro. Em seguida, o marido ainda a arremessou do 3º andar do apartamento.

A jovem teve 40% do corpo queimado e ficou quatro meses internada. Ela já passou por mais de 200 cirurgias. Além das agressões e das sequelas, Bárbara perdeu os dois filhos, um bebê de três meses e uma menina de dois anos.

João Guatimozin Moojen Neto responde por três homicídios qualificados e uma tentativa de homicídio qualificado e mais crimes que atentam contra criança e idoso.

Redação O POVO Online