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Leandro Boldrini nega participação na morte do filho e acusa madrasta

''Era meu único filho homem, o filho era meu, era minha responsabilidade'', afirmou Boldrini em depoimento

16:25 | 27/05/2015

O médico Leandro Boldrini, denunciado por homicídio triplamente qualificado na morte do próprio filho Bernardo foi o primeiro réu convocado a depor à Justiça de Três Passos, nesta quarta-feira, 27.

Boldrini negou todas as acusações e, durante três horas de depoimento, respondeu a todos os questionamentos.

O médico disse que está com a vida destruída, por causa da madrasta Graciele Ugulini. No depoimento, ele disse que Graciele teria confessado o crime.

"Perguntei a ela: ‘você tem participação? ' e ela respondeu: 'Tenho’. Eu fique indignado. A polícia teve que me segurar quando fiquei sabendo. Ela me traiu", disse ele.

Blodrini afirmou que o que motivou a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) foi apenas "intuição" e que ele foi colocado na história porque "imaginaram" sua participação.

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“Perdi meu filho. Cadê Bernardo? nem o luto eu pude construir porque não vi o corpo. Minha vida está destruída. Como estou me sentindo? Eu era uma pessoa respeitada, com dignidade, de família. Estou nocauteado na lona e o juiz conta os momentos para levantar os braços dos vencedores. Não vão conseguir", disse ele.

O médico afirmou ainda, segundo o portal de notícia Zero Hora, que só soube da morte do filho Bernardo, que ocorreu no dia 4 de abril de 2014, quando foi preso, no dia 14 do mesmo mês.

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Nos questionamentos do magistrado Marcos Luís Agostini, o médico negou conhecer os irmãos Evandro e Edelvânia Wirganovicz, que também foram denunciados pela participação do crime.

Ele disse que tinha uma boa relação com filho e ressaltou que o Bernardo tinha "grau de tolerância zero" e que, por isso, precisava de acompanhamento psicológico e remédios controlados.

"Ele jogava celular no chão e controle da casa. Foram feitos registros para esse momento complicado, até para mostrar para a própria polícia. Ele precisava de ajuda”, afirmou Boldrini.

Leandro Boldrini disse que a relação de Graciele com o filho Bernardo começou a ter problemas em meados de 2013, quando nasceu, Maria Valentina, filha do casal. Durante os conflitos ele afirmou que sempre teve a posição de apaziguador. "Tínhamos uma relação boa, o Bernardo me obedecia. Existia troca de afeto. Nunca o agredi. O que havia eram contenções", disse Boldrini.

Ameaças

Boldrini foi questionado pelo fato de não ter impedido as ameaças da madrasta ao garoto. Um delas foi quando Graciele disse em um vídeo que ele, Bernardo, teria o mesmo destino da mãe, que foi morta em 2010. No entanto, o médico achava que nunca aconteceria nada de grave e pediu que os fatos fossem analisados dentro de um contexto.

Além disso, ele reconheceu ter havido um distanciamento do filho por conta do excesso de trabalho, mas que mudou depois que foi chamado para uma audiência no Fórum de Três Passos. Ele contou ainda que se aproximou do filho, levou a eventos e que nunca pensou em passar a guarda dele para outra família.

"Era meu único filho homem, o filho era meu, era minha responsabilidade", afirmou.

Dia do drime

Por último, Boldrini contou sua versão do dia 4 de abril, data em que Bernardo foi assassinado. Ele disse que trabalhou na clínica até o final da tarde e que Bernardo tinha atividades programadas. O filho foi levado foi levado por Frederico Westphalen com a madrasta e Edelvânia, e Boldrini afirmou que não tinha conhecimento disso.

Depois de chegar a casa, ele viu a televisão e o aquário, produtos comprados por Graciele e usados como isca para levar o menino ao destino final. Boldrini disse que ficou satisfeito em saber que Bernardo foi junto com ela, já que a relação estaria melhorando.

No final da noite, após realizar uma cirurgia em um paciente, ele voltou para casa e soube que Bernardo havia ido para a casa de um colega.

No entanto, segundo o depoimento, ele só começou a se preocupar por volta das 19 horas da segunda-feira, 7, de abril. Depois de vários telefonemas sem sucesso, ele fez boletim de ocorrência pelo sumiço.

O médico garantiu que não conhecia Edelvânia e que Graciele não disse nada. No dia 14, o corpo de Bernardo foi encontrado em uma vala e, Frederico Westphalen, Edelvânia confessou o homicídio e Boldrini foi preso.

 

Redação O POVO Online

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