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Uma década sem a missionária Dorothy Stang

Assentados ainda temem a invasão de madeireiros e reclamam de ausência do Poder Público. Mandantes do crime estão soltos

18:47 | 12/02/2015
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Dez anos se passaram desde a morte da missionária americana Dorothy Stang, assassinada a tiros no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará, mas a sensação de impunidade é a mesma. Mesmo condenados, os mandantes do crime, o capixaba Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão, estão soltos.

%2b Veja imagens após dez anos sem Dorothy Stang   

Camponeses da região, próxima à cidade de Anapu, ainda temem a invasão de madeireiros e a perda de suas terras das quais tiram seu sustento e pedem mais presença do Poder Público para que possam ter tranquilidade e segurança.

Missionária da Congregação Notre Dame de Namur, Dorothy lutou pela reforma agrária e pelo acesso à terra aos pequenos agricultores no sudoeste do Pará, mas contrariar os interesses de latifundiários custou sua própria vida.

Os avanços após a morte de irmã são inegáveis, conforme algumas pessoas confirmaram à Agência Brasil, como a ampliação do lote destinado ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança e a concessão de recursos para que os trabalhadores rurais invistam na produção e levantem suas casas de alvenaria. Porém, os assentados também reclamam que a falta de acompanhamento próximo do Estado, pode ocasionar em novos focos de tensão.

Relembre o caso

A missionária Dorothy Stang, que atuava com movimentos sociais, foi morta em 12 de fevereiro de 2005 com seis tiros enquanto caminhava pelas ruas do Lote 55 em Anapu, no Pará, por Rayfran das Neves Sales.

A irmã trabalhava pela criação de um assentamento em um lote de terra do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, que pagou R$ 50 mil para Rayfran assassiná-la, conforme apontam investigações. O fazendeiro foi condenado em [SAIBAMAIS 3]2013 por ser o mandante do crime, porém, em depoimento, Rayfran inocentou o fazendeiro. Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como Taradão, também foi condenado como o segundo mandante do crime.

Missionárias e o padre da congregação de Dorothy, que ainda moram em Anapu, foram ameaçados depois do assassinato por darem continuidade ao trabalho da irmã.

Redação O POVO Online

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