Morre surfista baleado por policial
Os dois suspeitos de atirar contra o atleta é um policial militar e o irmão dele. Ambos estão detidos o quartel da Polícia Militar de Florianópolis
O surfista brasileiro que levou três tiros na última segunda-feira, 19, em frente a casa da família, na Guarda do Embaú, em Palhoça, Santa Catarina, faleceu nesta terça-feira, 20, segundo informações dos familiares.
Ricardo dos Santos, o Ricardinho, 24, foi submetido a quatro cirurgias no Hospital Regional São José, mas não reagiu aos procedimentos médicos e as hemorragias não cessaram, causando a morte do atleta.
Os dois suspeitos de atirar contra o atleta são um policial militar e o irmão dele. Ambos estão detidos no quartel da Polícia Militar de Florianópolis.
Disparos
De acordo com depoimentos de testemunhas à Polícia Militar, Ricardinho pediu para que duas pessoas, um policial militar e um menor, que estariam consumindo drogas, saíssem da frente da casa dele. Houve discussão e ele foi atingido por três tiros entre o tórax e o abdômen.
Segundo os familiares do surfista, um dos homens teria estacionado o carro sobre um cano que faz parte de uma obra realizada na casa de Ricardo, e isso teria motivado o desentendimento.
Versões
Em depoimento, o policial afirmou que atirou para se defender. "Ele alegou legítima defesa. Disse que a vítima teria tentado agredir e que ele teve que se defender", disse Marcelo Arruda, delegado responsável pelo caso.
A versão contada pelo policial foi a mesma apresentada pelo irmão, um menor de idade que estava com ele no momento do fato.
Além do depoimento dos suspeitos, a Polícia Civil ouviu ainda o avô e um tio de Ricardinho e mais dois policiais que atenderam a ocorrência.
Segundo o delegado, são duas versões. "Uma parte alega que agiu em legítima defesa, que teria sido ameaçada antes, e a outra parte fala que não, que foram feitos os disparos injustificados, que não houve nenhum tipo de agressão anterior que motivassem esses disparos", afirma Arruda.
De acordo com Marcelo, o irmão do policial foi liberado depois de prestar depoimento. "Ele não teve envolvimento e foi ouvido como testemunha. Ele alega que a vítima foi para cima deles com um facão e ele só reagiu em legítima defesa", afirma o delegado.
Mas, segundo Arruda, os policias que foram ao local da ocorrência não acharam nenhum facão.
Para o delegado, a reconstituição deixará claro o que realmente houve no momento dos disparos. "Com certeza vamos fazer reconstituição para ficar melhor esclarecido. Não vai demorar, porque como se trata de pessoa presa, o prazo é bem exíguo", diz Arruda. Para ele, o inquérito deverá ser concluído em 10 dias.
Redação O POVO Online