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Pesquisadores e educadores debatem caminhos para ensino em tempo integral no Brasil

Ceará alcançou o índice de 43,6% das escolas públicas com matrículas em tempo integral no ano de 2013. Além de prever permanências das crianças e dos adolescentes por sete horas ou mais em instituições de ensino, o tempo integral deve trabalhar o currículo de maneira holística e participativa
15:03 | Nov. 14, 2014
Autor Isabel Costa
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Tipo Notícia
O ensino em tempo integral é um dos principais caminhos e ferramentas para o avanço nos índices de educação no Brasil - segundo participantes do Seminário Internacional de Educação Integral, que está sendo realizado nesta sexta-feira, 14, em São Paulo. O Ceará alcançou o índice de 43,6% das escolas públicas com matrículas em tempo integral durante 2013. No ano de 2012 o percentual havia sido de 32,3%. Os números estão disponíveis na plataforma Observatório do Plano Nacional de Educação - PNE (www.observatoriodopne.org.br).

Segundo Diana Figueroa - analista de Polícias Educacionais da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e uma das palestrantes do encontro - a vivência mostra que alunos submetidos a mais tempo de aprendizagem conseguem ter melhores resultados. Para isso, ela defende, é necessário investir em um sistema amplo de incentivo aos docentes, além de atrair e apoiar a participação das famílias no ambiente escolar. Diana também destacou a necessidade dos programas de incentivo a participação dos pais e mães no processo de aprendizagem das crianças e/ou adolescentes.

O ensino em tempo integral é uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), documento que norteia as diretrizes e metas educacionais brasileiras pelos próximos dez anos. Até 2024 será necessário oferecer tempo integral em 50% das escolas públicas e atender 25% dos alunos matriculados no nível básico. O POVO já havia abordado, em matéria do dia 8 de setembro, a nova experiência dos alunos da rede pública de Fortaleza com o tempo integral.

O Seminário Internacional de Educação Integral foi promovido pela Fundação Itaú Social - instituição atuante no fomento e na qualificação de iniciativas de ensino em tempo integral no País. Lúcia Couto, gerente de Desenvolvimento e Conteúdo do Instituto Unibanco e ex-secretária de Educação de Diadema (SP), lembrou que, para alcançar a meta seis do PNE, será necessário não apenas ampliar o tempo dos alunos na instituições de ensino e aprendizagem, mas construir melhor estrutura física e investir recursos na articulação entre os diferentes atores do processo (pais, professores, gestores escolares, alunos, instituições não governamentais, escolas). "É mais difícil do que apenas ampliar o tempo", e completa: "educação integral é um conceito amplo, complexo e polissêmico".


Isabel Costa viajou a São Paulo a convite da Fundação Itaú Social

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