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Cidade de Deus ganha Copa do Mundo das Favelas

Empolgados pelo clima de Copa do Mundo, os jogadores deram tudo de si em campo
20:19 | Jul. 06, 2014
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O estádio do Ceres Futebol Clube viveu neste domingo, 6, uma final eletrizante entre a equipe masculina da Cidade de Deus e o time da Favela dos Bancários. Empolgados pelo clima de Copa do Mundo, os jogadores deram tudo de si em campo. Embora com dimensões modestas, com capacidade para 3 mil torcedores, o estádio, no bairro de Bangu, na zona oeste, tem um gramado de fazer inveja a muitas arenas milionárias.

O time Cidade de Deus, também conhecido como CDD, abriu o placar logo no primeiro tempo, mas deixou o Bancários empatar. Embora o Bancários tenha levado muito perigo ao gol adversário, na tentativa de empatar, mais um gol confirmou a vitória do CDD.

Organizada pela Central Única das Favelas (Cufa), a competição, batizada oficialmente como Torneio Futebol Arte, foi inspirada na Copa do Mundo e representou uma extensão da Copa das Favelas, campeonato de maior fôlego que é realizado há quatro anos no Rio de Janeiro, reunindo cerca de 300 comunidades do estado.

O diretor de expansão da Cufa, Altair Martins, explicou que o objetivo é dar visibilidade aos jovens, a maior parte entre 15 e 17 anos. “A nossa esperança é que daqui saiam alguns craques. Queremos aproveitar este momento de Copa do Mundo e levar para dentro das favelas a esperança a esses jovens. Temos a possibilidade de estarmos encontrando futuros talentos”, disse Altair.

O técnico das equipes masculina e feminina da CDD, Carlos Andrade, mais conhecido como DJ Nem, salientou que o futebol é uma forma de ocupar o tempo dos jovens com atividades positivas. “O governo tinha que implantar mais projetos dentro das comunidades, até para a gente tirar essas pessoas do tráfico e da rua, para ocupar o tempo delas. Tem um monte de jovens que jogam futebol, mas não tem espaço. O futebol feminino é um exemplo. Não se dá valor aqui. Lá nos Estados Unidos e na Europa, eles dão toda uma estrutura. Aqui, não tem nenhuma”, criticou Nem.

Uma das jogadoras da CDD é Suellen Oliveira, de 19 anos, que joga como meia e atua no Botafogo, na categoria sub-20, mas não recebe salário. “Sonho em ser jogadora da seleção brasileira. O futebol feminino sempre foi difícil. A gente gasta passagens para ir aos treinos e para jogar, porque gosta. Falta patrocínio. Salário a gente não recebe. Eu sonho em ir para o exterior jogar lá. Tenho que pensar no meu futuro”, disse ela.

Agência Brasil

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