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Esquema de segurança da Copa do Mundo terá força de contingência

Em cada cidade foi montado um Comitê Extraordinário de Segurança e haverá a Força de Contingência, que conta com 36 helicópteros espalhados pelas 12 cidades
19:40 | Jun. 10, 2014
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Tipo Notícia

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, apresentou nesta terça-feira, 10, no Centro Aberto de Mídia (CAM), no Forte de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, o esquema montado para as áreas de segurança e defesa na Copa do Mundo. Ele disse que o Brasil está preparado, em termos gerais, para enfrentar qualquer dificuldade, e assegurou que a integração entre Defesa e Segurança Pública, assessorada pela área de inteligência, "está pronta para qualquer problema”.

Segundo ele, o esquema vem sendo montado desde 2011 nesses setores, integrando os ministérios da Justiça e da Defesa e a Casa Civil da Presidência da República, com assessoria da Agência Brasileira de Informações (Abin) na área de inteligência. “Todo o trabalho de segurança é baseado no apoio da inteligência”, contou.

Em cada cidade com jogos da Copa foi montado um Comitê Extraordinário de Segurança Integrada Regional (Cesir) e haverá a Força de Contingência, que conta com o emprego de 36 helicópteros espalhados pelas 12 cidades. Segundo o general, ela estará pronta para atuar em qualquer problema, principalmente no entorno dos estádios, mas isso só ocorrerá em caso de solicitação do governador local.

“A tropa estará pronta para auxiliar as polícias militares (PMs). Quem tem a missão de reprimir assuntos de Segurança Pública é a PM. No caso de atuação desta força [de Contingência] terá que ter um pedido do governador à presidenta da República, que determinará ao ministro da Defesa que atue. Neste caso, teremos uma situação de GLO [Garantia da Lei e da Ordem] naquela área pré-determinada, solicitada pelo governador. Quem vai assumir toda a área de Segurança Pública e de Defesa será o general responsável pela cidade", explicou.

O Cesir é composto pelo secretário de Segurança, pelo general, almirante ou brigadeiro na área de Defesa, responsável pelo estado, e pelo superintendente da Polícia Federal (PF) no estado. No Rio de Janeiro haverá, ainda, um integrante do Corpo de Bombeiros e um da prefeitura. “Ele [Cesir] que assessorará o governador quanto à necessidade de solicitar tropas federais da Força de Contingência”, disse.

O general informou que a preocupação com as cidades não se restringe às sedes dos jogos, mas se estende a três estados onde estão instalados centros de treinamento das delegações da Grécia, em Sergipe; de Gana, em Alagoas; e da Austrália e de Camarões, no Espírito Santo. “Diferentemente da Copa das Confederações, as delegações não ficam nas cidades dos jogos. A maioria fica fora, e normalmente não ficam nos próprios estados. A escolha foi de cada país, onde deverá ficar”, esclareceu.

Para o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, houve um ganho significativo para o Brasil na preparação do esquema de defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN). “Nós praticamente não tínhamos nada. O legado foi muito grande, e hoje, em todas as cidades-sede dos jogos, temos um grupo especializado, pronto, inclusive com equipes dentro dos estádios para atuar com os órgãos de Segurança Pública e o Ministério da Saúde, em qualquer lugar, se necessário”. Ele comentou que não acredita em uma ação coordenada, mas é preciso se prevenir, inclusive, para o caso de alguém atuar solitariamente com equipamento químico.

A prevenção de combate ao terrorismo está centralizada na área das forças especiais em trabalho integrado com a PF e a Abin. O setor de cibernética ficou a cargo do Exército, que fará a segurança das redes. “Isso já aconteceu na Copa das Confederações e teve grande sucesso”, analisou.

Quanto à defesa aérea, ele informou que existem horários específicos para sobrevoos nos estádios, e a coordenação está com a Aeronáutica. Na parte marítima e fluvial, como aconteceu na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude, haverá navios na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Nas fronteiras, as atividades contaram com operações coordenadas pelo Estado-Maior das Forças Armadas e o Ministério da Justiça. Para evitar a chegada de drogas aos grandes centros do país, citou o exemplo da Operação Ágata, que reuniu 30 mil homens em 17 mil quilômetros de fronteiras, e em 20 dias apreendeu 36 toneladas de maconha. Citou ainda uma missão do Exército na fiscalização de explosivos: “Houve apreensões em torno de 21 toneladas de explosivos. Isso dificulta o pessoal que usa bananas de dinamite para arrombar os cofres”, revelou.

O general acrescentou que há um comando central em Brasília, com 12 coordenadores de área, 12 oficiais-generais, sendo nove generais do Exército, dois almirantes e um brigadeiro. Os dois almirantes são responsáveis por Natal e Salvador, o brigadeiro por Curitiba e os demais, pelo Exército, [nas demais cidades-sede]”, completou.

Foi montado ainda um esquema de defesa das estruturas estratégicas demandadas pelos estádios. “São 170 estruturas estratégicas nas 12 cidades-sede. São subestações de energia, torres de transmissão, torres de telecomunicações. Todas as estruturas que o comitê achou importante proteger, nós faremos. O grande objetivo é que não aconteça nada com o estádio”, assegurou.

Agência Brasil

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