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MPT obtém audiência extraordinária no TRT sobre greve dos garis

Garis em greve no Rio de Janeiro terão audiência com TRT na próxima terça-feira, 11
08:41 | Mar. 08, 2014
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Tipo Notícia
O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) conseguiu agendar para terça-feira (11) audiência extraordinária de conciliação entre a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), o sindicato dos garis e dez integrantes da comissão dos funcionários. A audiência será às 15h, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A paralisação dos garis teve início na última sexta-feira (28).

A audiência foi marcada após reunião, na tarde da sexta-feira (7), da comissão de garis com a procuradora chefe do MPT-RJ, Teresa Cristina D'Almeida Basteiro, a procuradora-regional Deborah da Silva Félix e o procurador Marcelo José Fernandes da Silva. O objetivo foi esclarecer e buscar apoio do MPT ao movimento de greve da categoria.

Também participaram da reunião os garis Willian Rocha de Oliveira e Bruno Lima, representantes da comissão dos empregados, e o advogado Ricardo Ribeiro Silva, da Comissão dos Direitos Humanos da Seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ).

Os garis foram até o prédio do MPT após participar de uma passeata que começou na prefeitura e passou pela Cinelândia. A manifestação foi pacífica e os policias militares não precisaram intervir em nenhum momento.

A procuradora Deborah Félix disse que defende a suspensão das demissões dos empregados grevistas, pelo menos até o julgamento do dissídio. Deborah considerou legítimas as reivindicações dos trabalhadores, mas salientou que é preciso respeitar a decisão judicial que determina a manutenção dos serviços de limpeza na cidade.

Protesto
Cerca de 500 garis protestam em frente à sede da prefeitura do Rio na manhã desta sexta-feira na Cidade Nova, centro. Com um carro de som, líderes do movimento grevista informam que a greve que já dura sete dias vai continuar até que o prefeito Eduardo Paes os receba para negociar. Um dos porta-vozes do movimento, Célio Viana, negou que o motivo da greve seja político. "Nunca foi político. O que queremos é melhores condições de trabalho e um salário decente. Nesses dias todos não houve nenhuma baderna ou quebra-quebra" disse ele. "Queremos negociar sem o sindicato, diretamente com o prefeito", disse.

Estudantes universitários e representantes de sindicatos de outras categorias, como a dos petroleiros e dos professores, também participaram do ato. Algumas entidades anunciaram apoio financeiro para a custear material informativo entre outros gastos do movimento.

Há um ano e meio na companhia, a gari Lia Nicolau aderiu à greve ontem. "Trabalhei todo o carnaval e resolvi entrar para greve ontem, pois vi muita covardia contra os garis", disse. "Tenho medo sim de perder o emprego, mas não podia ficar calada" contou. Segundo ela, a maioria dos trabalhadores da região onde ela trabalha, em Campo Grande, zona norte da cidade, está de braços cruzados.

Outra gari, que trabalha na Ilha do Governador, zona norte, e não quis se identificar, afirmou que na sua gerência ninguém está trabalhando. "Muitos aderiram na segunda-feira. Trabalhar como a gente trabalha, de sol a sol, fim de semana, feriado, catando bicho morto, encontrando até gente morta. A gente merece ganhar muito mais que R$ 874", argumentou.

Agência Brasil

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