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Projeto de tucano sobre 'cura gay' avança em comissão de Feliciano

Para o deputado tucano, a resolução fere o direito constitucional de psicólogos e pacientes

09:51 | 30/04/2013
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O deputado tucano João Campos (GO), que foi relator da Proposta de Emenda à Constituição que pretende revisar atos do Supremo Tribunal Federal (STF), elaborada pelo petista Nazareno Fonteles (PI), causou opiniões contrárias à sua posição na câmara.

“Esse deputado é mais da bancada evangélica do que da bancada tucana”, afirmou o líder do PSDB sobre o deputado tucano. João Campos, que também é pastor da Assembleia de Deus, é contra o projeto de lei que criminaliza a homofobia, contra o aborto, contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a cirurgia e mudança de sexo no SUS. Seus votos costumam ser alinhados com a bancada evangélica.

Tais declarações são uma tentativa de desvincular o parlamentar do partido, num momento em que o STF analisa mandado de segurança contra o projeto, requerido pelo próprio PSDB.

No ano de 2011, João Campos criou um projeto de decreto legislativo que pretende suspender a resolução do Conselho Federal de Psicologia que, desde 1999, impede os psicólogos de tentar curar a homossexualidade.

Para o deputado tucano, a resolução fere o direito constitucional de psicólogos e pacientes. “Estou zelando pela Constituição”, disse ao defender, em 2012, a proposta. “Eu não estou tratando de cura gay”.

O polêmico projeto de Campos, que é alvo do Conselho Federal de Psicologia, está na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Em março, o presidente da comissão, Marco Feliciano (PSC-SP), também pastor, indicou o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), outro pastor, para relatar o texto.

Segundo o site Estadão, na semana passada, Ferreira concedeu parecer favorável ao texto. “O projeto de decreto legislativo em tela nada mais significa que a sustação da norma editada pelo referido Conselho, até que haja apreciação judicial que decida a questão levantada.

Seu texto constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas à sua própria vida, sem prejudicar outrem”, afirmou o deputado.

Agora o texto será votado no plenário da comissão, em data a ser marcada por Feliciano. Depois seguirá para a Comissão de Seguridade Social e Família e Comissão de Constituição e Justiça.

AFP

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