BRASÍLIA, 18 Jun 2012 (AFP) - Quando tinha 22 anos, a ex-guerrilheira Dilma Rousseff foi submetida pela ditadura militar a sessões de tortura que incluíam choques elétricos e socos que afetaram seu maxilar, segundo um relato da presidente divulgado pela imprensa.

Dilma contou há 11 anos detalhes até hoje desconhecidos do público sobre o tratamento cruel que sofreu nas mãos dos militares devido a sua participação em três organizações clandestinas contra a ditadura, e não duas, como se pensava .

O depoimento data de 2001, quando ela era secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul e compareceu ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais, que indenizou as vítimas da ditadura naquele estado.

Em 197O, Dilma foi detida, e ficou presa por três anos em Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, onde iniciou sua militância contra a ditadura, aos 16 anos.

Ali, também sofreu os horrores da repressão militar, que a acusou de ser cúmplice do plano de fuga de um líder guerrilheiro preso, o que a atual presidente sempre negou.

Este ano, Dilma instaurou a Comissão da Verdade, para investigar as denúncias de violações

dos direitos humanos durante a ditadura, mas sem levantar a anistia aos repressores.

O Brasil reconhece oficialmente 400 mortos e desaparecidos durante o regime militar, contra 30.000 na Argentina e mais de 3.200 no Chile, segundo órgãos de direitos humanos.