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Peça de teatro no Crato discute respeito entre gerações

Em peça, atores amadores buscam aproximação entre idosos e crianças. A peça foi desenvolvida em projeto do Sesc do Crato
01:30 | Abr. 06, 2017
Autor O POVO
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A ideia de promover um encontro de gerações a partir de um tema comum entre idosos e crianças fez surgir um tema que não tem idade: o bullying. Assim surgiu a peça Meu álbum de memórias — a menina impingenta, encenada por participantes do projeto Trabalho Social com Idosos (TSI), do Sesc do Crato. O resultado será apresentado hoje, a partir das 16 horas, no Teatro Sesc Adalberto Vamozi, na cidade localizada no Cariri.

No elenco, atores que viram no palco uma forma de entender a idade e as possibilidades de transcender o tempo. Pessoas comuns, que estão experimentando a chance de ser outro através dos personagens. “Nunca imaginei que, na minha idade, eu pudesse subir num palco”, subverteu a si mesma a dona Mundinha Freitas, 78 anos, que já está na terceira montagem do grupo.

Dessa vez, ela será a protagonista. Mundinha interpreta uma criança arengueira com apenas dez anos. “Todo mundo conheceu uma pessoa assim quando era criança. Na peça, a gente mostra como isso pode mudar”, comenta.

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O respeito é o que conduz a montagem. A importância de entender as diferenças na própria geração e também entre outras idades. Crianças são convidadas a se verem nos idosos e eles, nas crianças. “Eu me senti uma menina de novo. Quando eu estou no palco, nem me lembro que sou idosa”, diz Mundinha, que viu no teatro uma possibilidade de aprender novas formas de se relacionar consigo mesma e com o mundo.

Quando chegou ao projeto, há seis anos, ela se achava incapaz de participar das atividades. Com pouco tempo interagindo no grupo, viu que estava enganada. E o teatro ajudou. “Ele me trouxe uma vontade de viver, uma coragem que eu não tinha”, divide.

O projeto

A ideia de inserir o teatro como uma das atividades do projeto surgiu dos próprios idosos. “No começo, eles achavam que não podiam subir ao palco. Tinha a dificuldade de decorar o texto. Mas a gente mostrou que eles são capazes”, conta Helaine Aragão, analista da unidade Crato do Sesc.
A nova peça é resultado de um trabalho que começou há dois anos, com outras montagens. Dessa vez, a proposta foi apresentar o tema para as crianças e promover esse encontro de gerações. “Muitos jovens têm a visão do idoso como uma pessoa acabada. A gente quer mostrar o contrário. Quer mostrar que eles são capazes e que todos estão envelhecendo”, explica a analista.

Para a aposentada Maria Souza, 73, que também está no elenco, essa interação faz crescer. “Eu tenho prazer de estar perto dos jovens. Muda nossa autoestima, até a saúde melhora. E eles também passam a respeitar mais o idoso”, acredita.

Saiba mais

A peça foi montada a partir de uma roda de conversa com os idosos que fazem parte do projeto. Cada um relatou, em conversa, situações da infância que hoje poderiam ser consideradas bullying.

Dos relatos, o arte-educador e diretor Luciom Caeira montou a apresentação, que conta com diálogos e músicas regionais.A ideia dos produtores é levar o espetáculo para as escolas do Crato.

Serviço

Meu Álbum de Memórias - A Menina Impingenta

Quando: Hoje, às 16 horas
Onde: Teatro Sesc Adalberto Vamozi – Unidade Crato (rua André Cartaxo, 443)

Entrada franca.
Outras informações: (88) 3523 4444

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