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O lado humano em primeiro plano
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O lado humano em primeiro plano

| Universal TV | Com a atriz Serinda Swan vivendoa médica legista Jenny Cooper, série policial Coroner traz abordagem sensível de temas atuais
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 Serinda Swan vive a médica legista Jenny Cooper, ajudando na investigação de mortes misteriosas em Toronto (Foto: fotos divulgação)
Foto: fotos divulgação Serinda Swan vive a médica legista Jenny Cooper, ajudando na investigação de mortes misteriosas em Toronto

Nas séries processuais americanas, principalmente as que lidam com crimes, normalmente sabe-se muito sobre os casos e pouco sobre a vida pessoal dos investigadores. Coroner, que estreou sua primeira temporada de 8 episódios no início deste mês, no canal Universal TV, pretende ser diferente, colocando a personagem principal, a médica legista Jenny Cooper (Serinda Swan), em primeiro plano.

"Jenny Cooper não é uma médica legista que, por acaso, é um ser humano; ela é um ser humano que, por acaso, é uma médica legista", disse a atriz ao jornal O Estado de S. Paulo, no set da série em Toronto.

No primeiro episódio, Jenny está tentando recomeçar, depois de perder o marido repentinamente e ficar cheia de dívidas. Sofrendo de ansiedade, precisa segurar as pontas em casa, com o filho adolescente Ross (Ehren Kassam), ao mesmo tempo que inicia uma nova carreira, deixando o atendimento em pronto-socorro para investigar as mortes suspeitas. "É como se entrássemos na vida de uma pessoa, que está tentando conciliar tudo, o filho, as dívidas, um potencial novo amor, com o caso de dois adolescentes mortos em aparente suicídio num centro de detenção para menores infratores", afirmou a produtora e diretora Adrienne Mitchell, referindo-se à investigação do programa piloto.

Coroner é baseada numa série de livros do inglês M.R. Hall, mas não os segue fielmente. "Queríamos abordar o que está acontecendo no mundo agora, e a audiência vai perceber isso", contou a showrunner e roteirista Morwyn Brebner. "Por exemplo, existe um grande debate hoje em Toronto sobre como as mortes violentas de pessoas de minorias são investigadas, em oposição aos crimes sofridos por brancos".

A canadense Serinda Swan, que fez 35 anos nesta quinta, 11, assistiu a uma autópsia e conversou com uma legista tão jovem quanto sua personagem. "Ela me contou como, no começo, era olhada de cima a baixo pelos detetives e policiais mais velhos, mas que chegava e mostrava que sabia o que estava fazendo", lembrou a atriz. "Acho incrível ser uma mulher nesse papel, porque precisamos de mais séries lideradas por mulheres".

Sendo escrita por uma mulher e tendo vários dos episódios dirigidos por mulheres, Coroner evita alguns clichês, como passar episódios e episódios mostrando como Jenny é boa no que faz. "É como na vida, com homens presumimos que são competentes, as mulheres têm de provar. Aqui, já supomos que ela é", disse Brebner. A série também tenta não explicar demais as atitudes da personagem. "É impulsiva, e em geral quando se trata de uma mulher é preciso detalhar para que ela não pareça louca ou incompetente - com os homens, tudo bem, se eles são impulsivos, são ousados. Ela faz coisas que não deveria! Mas não vamos explicar por que ela agiu daquela forma", continuou Mitchell.

O objetivo, porém, não é levantar bandeiras. O elenco é bastante diverso, com um detetive veterano (Roger Cross), mais um legista negro (Lovell Adams-Gray), uma detetive de origem asiática (Alli Chung), e uma assistente de autópsias (Kiley May) indígena. Ross, o filho adolescente, é homossexual. "Mas isso não é uma questão na trama", explicou o ator Ehren Kassam. "Já está estabelecido, e é apenas uma das coisas que o personagem é". (AE)

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