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Festival de dança tem parte da programação cortada por falta de verbas
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Festival de dança tem parte da programação cortada por falta de verbas

| Fendafor | Na edição anterior, 2813 bailarinos se apresentaram no palco do evento
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"Nós criamos um palco para um Ceará mais democrático". É com essa premissa que, há 19 anos, o Festival Internacional de Dança de Fortaleza (Fendafor) promove apresentações de grupos e bailarinos do cenário cearense, nacional e internacional. Esse ano, entretanto, o evento terá metade da duração usual, em função da falta de investimentos. O maior impacto será nos cinco primeiros dias do evento, em que ocorreriam a modalidade não competitiva. Na categoria, a inscrição é gratuita, não necessita de avaliação prévia e é aberta para todas as idades.

O Festival é realizado com captação de recursos públicos e privados, mas essa edição está com baixos investimentos. Nesse período inicial da programação, além das apresentações que anualmente acontecem no Theatro José de Alencar, são ofertados 34 oficinas e palestras com professores e bailarinos reconhecidos nacional e internacionalmente no cenário da dança. Já a segunda parte, que é a mostra competitiva, cuja inscrição é paga, está garantida.

"Tem grupo que espera o ano todo para o festival, nosso palco tem espaço para todos, para quem vai dançar pela primeira vez, para quem é profissional, para quem desejar dançar", conta Janne Ruth, fundadora e organizadora do Festival. Ela conta o Fendafor é um espaço democrático e aberto a todos, importante para dar visibilidade uma diversidade de talentos. Este ano, a plateia foi convidada a assistir os movimentos de 2813 bailarinos, representando diversos estados do Brasil e seis países.

Além do espaço para dançar, o Festival premia as melhores apresentações. Ariel Venâncio, 24, conquistou o prêmio de melhor bailarina da edição de 2018. Com o desempenho, ela ganhou a chance de realizar um intercâmbio na Suíça. "O Fendafor foi um ponto de resgate na minha vida, porque eu já não queria mais dançar, sentia que eu já estava velha, que minha história com a dança não iria mais acontecer", conta ela que hoje está em Nova Jersey, dançando à convite, e trabalha como professora em São Paulo.

A possibilidade de inclusão é um dos pilares do evento, segundo Janne. Com o corte da programação, diversos projetos sociais ficarão de fora das apresentações. Soraya Lima, 36, desde de 2016, inscreve seu estúdio de dança no Fendafor. Ela trabalha com 15 dançarinos com síndrome de Down. "É importante para a autoestima deles, pois além de dançar, eles se sentem parte da sociedade. Também é muito enriquecedor para as famílias que lutam dia a dia pela inclusão de seus familiares". (Júlia Duarte/ Especial para O POVO)

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