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30 anos sem Sergio Leone
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30 anos sem Sergio Leone

| Faroeste | Falecido aos 60 anos, o cineasta italiano ficou famoso pelos muitos filmes de western que dirigiu, além do clássico Era uma vez na América
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SÉRGIO LEONE morreu em 30 de abril de 1989
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação SÉRGIO LEONE morreu em 30 de abril de 1989

Completaram-se nesta semana os 30 anos da morte de Sergio Leone. Ele morreu em Roma, aos 60 anos, no dia 30 de abril de 1989, sem ter realizado seu sonhado projeto de Stalingrado, um épico sobre a resistência dos russos na 2ª Grande Guerra. Filho de cineasta (Roberto de Robertis), nasceu em Roma, em 3 de janeiro de 1929. Adotou o pseudônimo de Robertson - "filho de Robertis" - ao se iniciar na direção. Começou no épico mitológico Os Últimos Dias de Pompeia, codireção de Mariko Bonnard. E O Colosso de Rhodes.

Em 1964, transpôs o clássico de sabre de Akira Kurosawa, Yojimbo, para o Oeste selvagem e lançou, com Por Um Punhado de Dólares, os fundamentos do spaghetti western. Leone, na direção, Clint Eastwood, um ator americano na época de segunda e cuja popularidade devia-se a um enlatado de TV, Rawhide, e a trilha de Ennio Morricone. Com Leone, o western virou ópera, porque ele adorava os planos próximos, na cara dos atores. Para criar tensão, estendia a duração e utilizava a música.

Seu personagem era o Homem sem Nome, nem de longe um herói. Em geral, um caçador de recompensas. Foi assim que Clint atravessou Por Uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito, virando astro. Em 1968, com Era Uma Vez no Oeste, Leone fez a súmula do seu western. Em 1971, com Quando Explode a Vingança, despediu-se do gênero que o popularizara fazendo a crítica do mítico conceito da revolução. Em 1983, com Era Uma Vez na América, tentou outro gênero, o filme de gângsteres. Com Stalingrado, pretendia fechar seu ciclo de gêneros com a guerra. Seus filmes fazem a crítica do heroísmo, abordam a morte. O estilo fundamenta-se no uso do tempo, e da música. Pegou um gênero desacreditado pela crítica, o faroeste italiano, e conferiu-lhe nobreza. (Luiz Carlos Merten/ Agência Estado)

O colosso de Rhodes
O colosso de Rhodes

O Colosso de Rhodes

Leone inspirou-se numa das maravilhas da Antiguidade, a gigantesca estátua de Apolo que guardava o porto de Rhodes. Darios, um herói militar grego, visita o tio que planeja união secreta com a Fenícia para derrotar a Grécia. A exemplo do anterior Os Últimos Dias de Pompeia, a ação converge para o grande terremoto que destrói a estátua de Apolo. Leone fez, em 1961, o que não deixa de ser um disaster movie mitológico, com Rory Calhoun e Lea Massari.

Por Um Punhado de Dólares
Por Um Punhado de Dólares

Por Um Punhado de Dólares

O primeiro western. Como Toshiro Mifune no clássico de Kurosawa, Clint chega a pequena cidade polarizada pela disputa entre dois grupos e finge apoiar um. Na verdade, provoca guerra interna que mina os dois grupos e salva a mocinha, Marisol - interpretada pela alemã Marianne Koch. John Wells faz o vilão Rojo, com que Clint duela no final.

Por Uns Dólares a Mais
Por Uns Dólares a Mais

Por Uns Dólares a Mais

O segundo western, de 1965. Clint e outro caçador de recompensas, Lee Van Cleef, caçam o notório pistoleiro El Índio, que, à frente de seu bando selvagem, causa uma onda de destruição na fronteira. Ninguém é mocinho, o confronto é mais entre Clint e Mortimer/Van Cleef. Gian Maria Volontè, como El Índio tem a grande cena. Drogado, entrega-se a devaneios de poder e conquista, ao som de Ecstasy of Gold, de Morricone.

Três Homens em Conflito
Três Homens em Conflito

Três Homens em Conflito

Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo. O Bom, o Mau e o Feio. Três pistoleiros em conflito - interpretados por Clint, Eli Wallach e Lee Van Cleef. Como se chama um duelo de três? Trielo? O confronto final se dá numa espécie de arena e é grandioso. O terceiro western é de 1966.

Era Uma Vez no Oeste
Era Uma Vez no Oeste

Era Uma Vez no Oeste

O começo, com a chegada na estação de trens, evoca o clássico Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann. A estrada de ferro contrata Henry Fonda para intimidar pequenos proprietários. Na época, 1968, o filme foi mutilado no lançamento. Com o tempo, foi recuperando sua (longa) duração.

Quando Explode a Vingança
Quando Explode a Vingança

Quando Explode a Vingança

O irlandês especialista em explosivos e o camponês mexicano que vira líder de uma revolução. James Coburn e Rod Steiger no mais lírico e desvairado western de Leone. O tempo e a memória - os flash-backs que contam a história passada de Cobuiren na Irlanda dão ao filme de 1971, uma aura mítica, e trágica.

Era uma vez na América
Era uma vez na América

Era Uma Vez na América

Leone demorou 12 anos para voltar, desta vez, em 1983, com um relato de gângsteres. A Máfia judaica de Nova York, Robert De Niro, James Woods. O último remanescente do grupo volta para descobrir o que houve - quem traiu quem - 30 e tantos anos depois. O som do telefone que atravessa o filme, a bailarina e o devaneio do ópio. A obra-prima de Leone?

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