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Música no alpendre
Vida & Arte

Música no alpendre

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Quando foi morar na Pajuçara, no começo dos anos 2000, o músico Rogério Almeida tinha alguns instrumentos em casa e levou a cabo o sonho de montar uma orquestra. No caminho até o antigo local dos primeiros ensaios, caminhando pela rua Petrônio Portela, passava quase diariamente pela casa onde morou Rodolfo Teófilo.

 

A casa até então desconhecida tornou-se, pouco tempo depois, parte da história de Rogério com o grupo. Dos dez anos de existência da orquestra, quase oito deles são marcados por ensaios na antiga casa do escritor, cujos cômodos hoje dão lugar às aulas do grupo Orquestra de Pajuçara, todas as quartas e sextas.

 

Com 46 alunos, a orquestra é formada por membros de diferentes idades e muitas histórias de vida. Ione Fernandes, 55, por exemplo, conheceu o grupo quando acompanhava a sobrinha, que é violinista, nos seus ensaios. "Eu estava vivendo um período de muito estresse. Então chegava aqui e achava maravilhoso ficar ouvindo eles tocando", conta. Há um ano no grupo, aprender a tocar um instrumento tem feito Ione alcançar muitos benefícios. "A música me fez começar a ficar mais sensível, perceber as coisas boas da vida, admirar o valor da música desperta as artes em nós", relata.

 

Também morador da Pajuçara, Francisco Anderson começou a aprender viola de arco em dezembro e conta que, muito antes de fazer parte do grupo, já admirava o som do instrumento. Com 16 anos, ele demonstra nos dedos ágeis e no sorriso tímido a satisfação em fazer parte da orquestra. "Gosto muito de estar aqui, logo logo pretendo aprender violino, e quero aprender todos os instrumentos que eu conseguir", conta.

 

Esquecimento 

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Localizada no número 1929 da Avenida da Universidade, no bairro Benfica, a outra residência onde viveu o escritor Rodolfo Teófilo foi demolida em 1985, mesmo três dias após decreto de tombamento pelo Patrimônio Artístico Estadual. O terreno deu lugar, à época, a um edifício residencial. A antiga residência acolheu parte da vida do farmacêutico em Fortaleza, e também recebeu muitas atividades literárias da Padaria Espiritual. Era uma edificação grande, com salões amplos, janelas largas, além de um pé de seriguela que dava fruto em todos os janeiros.

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