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Bate-pronto com a escritora Nina Rizzi
Vida & Arte

Bate-pronto com a escritora Nina Rizzi

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O POVO - Qual o sentimento de chegar aos três anos do Sarau da B1?

 

Nina Rizzi - De alegria, confraternização, realização, afinal, o Sarau da B1 é totalmente autogestionado, sem qualquer apoio estatal ou privado, as pessoas da comunidade o fazem. Tenho muito orgulho de todos que fazem o Sarau da B1, que, mais do que apenas um amontoado de gente que se junta para se divertir, são pessoas pensando seus problemas, confraternizando suas conquistas, é um espaço de arte-educação; a palavra é luta e resistência num espaço de arte que acontece por amor, alegria e o desejo de fazer do mundo um lugar melhor para todos.

 

O POVO - Toda periferia é centro?

 

Nina - Toda periferia é um centro! Primeiramente, por pura perspectiva de olhar, afinal, se estou na periferia ela é o meu centro e o longe é que se torna periférico. Mas é mais importante, porque as pessoas lá estão quebrando narrativas historicamente dadas como sujas, feias, violentas, e construindo as suas próprias! As periferias, como todos os lugares, são redes muito mais complexas que estereótipos, também são produtoras de cultura e beleza!

 

O POVO - Como você avalia a produção de fanzines do sarau?

 

Nina - As fanzines rompem com um processo criativo e editorial do qual a maioria das pessoas estão marginalizadas. A Jangu Livre especificamente, que é uma zine feita com a arte das periferias de Fortaleza (e não só do grande Jangurussu), não dá voz e visibilidade a escritores, poetas e artistas visuais, mas é um canal para que possamos 'lerouvir' estas vozes que desde os navios negreiros e os genocídios estão aí, mas para as quais a mídia estava surda e cega, ou pior, queria calar. Mas não vão mais! Estamos vivos, resistindo e produzindo arte, cultura e beleza, estamos livres!

 

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