Logo O POVO+
Vida&Arte ouviu
Vida & Arte

Vida&Arte ouviu

Edição Impressa
Tipo Notícia

 

Existe alguma ousadia em lançar uma ópera-rock numa época de playlists e singles avulsos. Mas se provocar para o novo é algo que sempre esteve na mira dos Titãs. Para driblar a formação enxuta (difícil resistirem a mais uma despedida), eles buscaram reforços que lhe dessem segurança na empreitada. Ainda assim, o resultado parece ser mais forte como ideia do que como produto. 12 Flores Amarelas toca em assuntos relevantes, mas soam pouco impactantes. Sem o peso esporrento de Cabeça Dinossauro (ou mesmo Nheengatu), a banda poderia ter ousado mais na concepção sonora de um trabalho que mais um capítulo na história do outrora octeto. Entre as 25 músicas inéditas do trabalho, você vai ouvir um Titãs se esforçando para soar diferente, mas sem deixar de ser os Titãs de sempre. Tanto que a maior parte do disco pode ser ouvida fora do conceito ópera sem muito prejuízo. Uma balada de violões, como Nossa Bela Vida, ou a tristeza de Eu Sou Maria, fogem um pouco a essa regra e justificam o projeto que, com duas doses a mais de ousadia, colocaria a banda de volta no seu lugar de vanguardista.

Marcos Sampaio

 

O que você achou desse conteúdo?