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Resistência poética
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Resistência poética

| Debates O POVO Grandes Nomes | Poeta e cordelista cearense, Bráulio Bessa reforça comprometimento entre arte e sociedade
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No município de Alto Santo, distante cerca de 230 km da Capital, nasceu, em 1986, um dos cearenses mais conhecidos no País atualmente: Bráulio Bessa. Com seu sotaque já característico, chapéu na cabeça e sandálias de Espedito Seleiro personalizadas nos pés, o poeta, cordelista, palestrante e declamador foi o terceiro entrevistado da 13ª edição dos Debates O POVO Grandes Nomes. O programa foi ao ar ontem, 8, na Rádio O POVO CNB, conduzido pelo jornalista Luiz Viana, ao lado das também jornalistas Cinthia Medeiros e Bruna Forte.

 

Considerado o "Embaixador do Nordeste na Internet", Bráulio Bessa ficou nacionalmente famoso por seu quadro semanal no programa Encontro com Fátima Bernardes. Sua história com a poesia popular, no entanto, é antiga e remonta aos fascínios contidos nas rimas de Patativa do Assaré.

 

"Tem gente que acha que mamãe me pariu no sofá de Fátima Bernardes e esquece que existe uma história por trás daquilo ali. Escrevo poesia desde os 14 anos de idade, tive o primeiro contato na sala de aula. Um professor passou um trabalho sobre Patativa do Assaré e me apresentou ao poder transformador da poesia. Eu percebi que Patativa estava falando comigo e não só compreendi absolutamente tudo que ele estava dizendo, como também senti. Quando eu tive contato com a poesia, que eu percebi a grandiosidade daquele negócio e o efeito que estava causando em mim, aí eu botei na cabeça: quero ser poeta", relembra.

 

Em tempos sombrios, com constante veiculação de discursos de ódios nas redes sociais, Bráulio Bessa encontra na arte uma potente arma. "Olha que bonito isso de você fazer referência a uma arma que não mata, a uma arma que só salva, que só faz bem. A arte, a educação, a cultura, a poesia, a palavra do bem... Meu engajamento social enquanto artista é um comprometimento, uma obrigação, é necessário. Tudo que tenho na vida devo à poesia - existe um público para consumir cultura popular brasileira. Eu nunca fiquei botando na minha cabeça que ia ser rico ou famoso com poesia, mas eu sempre botei na minha cabeça que existia um poder transformador naquilo ali. Dos 14 aos 30 anos, escrevi anônimo e ninguém sabia quem eu era. De repente, eu tenho a chance de falar para milhões de pessoas, na maior emissora de TV do País, e aí eu digo: a hora é essa, eu vou falar de assuntos transformadores sim. Na minha poesia, eu falo de homofobia e racismo, falo de respeito e tolerância, falo de tudo que eu aprendi e construí como valores", defende Bráulio.

 

Com a autoproclamada missão de engrandecer a cultura nordestina mundo afora, Bráulio Bessa lançou mais um livro reunindo sua obra: Poesia que transforma(Editora Sextante, 2018), que figura na lista de mais vendidos no gênero.

 

Entrevistadores

 

Luiz Viana

Apresentador da Rádio O POVO CBN

 

Cinthia Medeiros

Editora-chefe do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO

 

Bruna Forte

Repórter do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO

 

 

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