Logo O POVO+
País de oprimidos
Vida & Arte

País de oprimidos

| SILVERO PEREIRA | Em conversa no Espaço O POVO de Cultura & Arte, o ator cearense falou sobre exclusão, preconceito, arte e a infância vivida em Mombaça
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL

 

Sem restrições a assuntos polêmicos e com o bom-humor característico, o ator, pesquisador e diretor teatral Silvero Pereira foi entrevistado ontem na 13ª edição do Debates O POVO Grandes Nomes, que é veiculado na Rádio O POVO CBN. “O Brasil é um país de oprimidos”, enfatizou  Silvero em suas falas, quando indagado pelas jornalistas Camila Holanda e Isabel Costa sobre o preconceito que persiste contra nordestinos, negros e transexuais. A conversa foi conduzida pelo jornalista Luiz Viana e está disponível no         Facebook Rádio O POVO CBN.

 

Natural de Mombaça, no interior cearense, Silvero é uma das revelações globais no último ano. Ao interpretar o motorista Nonato e a travesti Elis Miranda em A Força do Querer, novela de Glória Perez, ele se tornou famoso (e aclamado) em todo o Brasil. Antes disso, entretanto, o ator já trabalhava em uma consistente pesquisa sobre o universo trans em diferentes regiões brasileiras. E, ao lado do  Coletivo As Travestidas, apresentou espetáculos de sucesso - como O Cabaré das Travestidas, BR-Trans, Uma Flor de Dama e Quem Tem Medo de Travesti.

 

Ao longo da entrevista - realizada no Espaço O POVO de Cultura & Arte - Silvero falou sobre como a infância vivida em Mombaça influenciou suas decisões artísticas e as prioridades que elegeu ao longo da carreira. “A coisa mais importante da minha cidade foi que essa adversidade toda, provavelmente, contribuiu muito para o ser humano que sou hoje”, explica.

 

O Brasil, enfatizou Silvero, é um país formado por oprimidos que “ainda estão separados. Existem grupos lutando de uma maneira muito separada. A rede feita ultimamente no Ceará, seja por LGBTs, negros e qualquer pessoa que se sente excluída, tem uma rede aí que fez mudanças significativas no nosso estado. Eu gostaria de ver isso no País inteiro”, pontua.

 

“Todas essas pessoas que se sentem oprimidas e excluídas, elas precisam entender que são maioria do que os opressores. Existem poucos opressores e maiores números de oprimidos. Quando a gente entender isso a gente vai conseguir colocar no lugar mais importante da nossa ação uma bancada que esteja a  favor dos oprimidos. Uma bancada que defenda de fato quem são os brasileiros”, finaliza.

 

Entrevistadores

 

LUIZ VIANA

Apresentador da Rádio O POVO CBN

 

CAMILA HOLANDA

Editora de Agenda Cultural do O POVO

 

ISABEL COSTA

Repórter do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO

 

O que você achou desse conteúdo?