Logo O POVO+
Outros espaços, mesmos desafios
Vida & Arte

Outros espaços, mesmos desafios

Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Além do Acervo Imaginário, diversas outras casas de show reuniram farta e múltipla programação em Fortaleza na década de 1990 e nos primórdios dos anos 2000: espaços como Coração Materno, gerido por Ana Picanço e Nonato Freire; Cais Bar, do proprietário Joaquim Ernesto; e Amici's, criado por Célio Paiva - todos na da Praia de Iracema. Um ponto fora da curva, no sentido geográfico, foi o famoso The Wall Bar, localizado na Aerolândia. "Era objetivo de todo artista tocar no The Wall, era uma grande vitrine pra quem produzia música e cultura", lembra o musicista Jolson Ximenes.

 

Entre 1996 e 2000, foi a vez do Domínio Público lotar as pistas. Sob coordenação de Dilson Pinheiro e Marcus Dias, o espaço oferecia do samba carnavalesco ao hard rock. "Antes da construção do Dragão, existiam dois bares que fecharam por causa das obras do equipamento: o Besame Mucho e o Coração Materno. A ideia da gente era pegar esse público. Depois de um ano, por aí, veio a ideia de começar o Batikum, uma festa pra moçada. Durou uns dois anos e tanto, e a festa acontecia todo sábado", rememora Marcus Dias. Apesar do sucesso, o Domínio Público fechou por problemas semelhantes aos do Acervo: lotação das ruas com comércio informal e dispersão dos frequentadores.

[FOTO2] 

Já entre 2004 e 2007, o Noise 3D fervia em Fortaleza. Idealizado pelo DJ e produtor cultural Dado Pinheiro, o espaço reunia "o must" da cena autoral. "Posso dizer que o Noise foi ótimo do começo ao fim. A minha visão hoje é que nós tínhamos as festas mais legais da Cidade, a esquina com o Hey Ho Rock Bar era a mais rock'n'roll da época. O Noise foi a casa onde surgiu muita gente que hoje em dia tem seus projetos como DJ ou com bandas", pontua Dado.

 

O produtor relembra que, em 16 anos no cenário musical, já viu muitas casas fecharem após anos de sucesso. "Noise e Hey Ho Rock Bar, Fafi, Acervo Imaginário, Amicis Bar, que sofreu muito com o descaso das autoridades no Dragão do Mar", enumera. "Na Cidade, se você não tem uma estrutura legal que lhe dê suporte financeiro, vai ser sempre essa coisa de abrir um negócio, não aguentar e ter que fechar", critica Dado. Aos articuladores culturais e ao público, a pauta exige atenção.

 

O que você achou desse conteúdo?