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Rock ascendente
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Rock ascendente

| Quinto disco | Franz Ferdinand é headliner da 20ª edição do Festival MADA, símbolo de resistência no calendário potiguar. Banda apresenta Always Ascending, novo álbum de estúdio
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Do indie rock às pistas de dança, o Franz Ferdinand sabe se reencontrar. O grupo escocês tomou as paradas britânicas há 15 anos com os sucessos do debut homônimo e ressoou no Brasil. Há cinco anos sem lançar inéditas, eles retornam com Always Ascending (Domino), um disco que, se não lembra hits como Take Me Out e Walk Away, se mostra mais livre para experimentar as possibilidades sonoras. No próximo sábado, 13, eles apresentam o novo repertório no Festival Mada (RN) em show único no Nordeste.

 

Always Ascending é o primeiro disco do grupo formado por Alex Kapranos, Bob Hardy, Paul Thomson com os novatos Dino Bardot, da banda independente 1990s, e Julian Corrie, que atende pelo alterego Miaoux Miaoux na música eletrônica. Eles entraram em 2017 para substituir o guitarrista e tecladista Nick McCarthy, que deixou o grupo no ano anterior para se dedicar à família e outros projetos musicais.

 

A mudança permitiu ao grupo de Glasgow sentir novos sons, e essa vivência reflete nas 10 faixas do novo disco. "Foi cerca de um ano para compor e arranjar. Escrevemos o máximo de músicas que conseguimos e, quando chegou a hora de gravar, revisitamos todas elas e só no processo de mixagem decidimos o que entraria no álbum", explica o baterista Paul Thomson por email.

 

De acordo com ele, "havia três ou quatro álbuns em potencial" nessas composições, dependendo das músicas que seriam escolhidas e da ordem delas. Ter gente nova na casa não era exatamente um problema. "Não diria que houve desafios além dos que colocamos para nós mesmos. Obviamente, nunca queremos nos repetir. Não é difícil perceber", diz. "É entediante sentir que estamos nos repetindo".

 

O baterista diz que, para criar, o quinteto tenta "canalizar" coisas que animam os músicos. E nem sempre se trata de música. A inspiração vem de cinema, programas de TV e até mesmo momentos de conversas e piadas entre os artistas. "Pensamos muito sobre como nossa música deve fazer o ouvinte se sentir", continua.

 

O ar de novidade também se deve ao DJ e produtor francês Philippe Zdar, que assina a produção de Always Ascending e traz no currículo nomes como Phoenix, Two Door Cinema Club e One Republic, além do lendário Depeche Mode. "Phillipe é uma força da natureza", diz o baterista. "Ele gosta de estabelecer um clima e fazer com que o público embarque com ele nessa jornada".

 

Franz Ferdinand se junta às mais de 20 atrações que passam pelo gigantesco Festival Mada, que acontece nos próximos dias 12 e 13 no estádio Arena das Dunas, em Natal (RN). Pitty, Nação Zumbi, Duda Beat, Rincon Sapiência e BaianaSystem, além da cearense Oto Gris, são apenas alguns dos grupos que formam a programação.

 

Símbolo de resistência no calendário potiguar, o evento traz um recorte da música contemporânea. Do pagodão eletrônico do ÀTTØØXXÁ, passando pelo stoner rock do Far From Alaska e desaguando em Alfonsina, um dos nomes em ascensão na cena pop do Uruguai.

 

Produtor do Mada, Jomardo Azevedo viu a oportunidade de trazer a banda

escocesa pela segunda vez ao Nordeste - a primeira foi em 2013, quando se apresentaram no Recife - junto à diversidade sonora característica do festival. Não que seja fácil. "Manter um festival durante 20 anos é um esforço grande. Estamos em uma região com dificuldade de captação de patrocínio. É uma grande vitória ter uma edição depois de 20 anos e ainda crescendo".

 

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