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O amor como caminho
Vida & Arte

O amor como caminho

| Cineteatro São Luiz | Com textos, poemas e histórias de romances, Gylmar Chaves aborda a construção dos sentimentos e gestos amorosos em espetáculo literomusical
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Amor é movimento. Na impaciência dos olhos, nos encontros inesperados ou na nostalgia que não se sabe o porquê, "o amor bate na aorta!", diria o poeta Drummond. E foi esse sentimento, que acompanha a história e atravessa existências, que inspirou o poeta e escritor cearense Gylmar Chaves a criar o espetáculo literomusical Vamos falar de amor!. O resultado poderá ser visto hoje, às 20 horas, em apresentação única no Cineteatro São Luiz.

 

Curioso sobre como o amor se comporta através dos tempos, Gylmar passou a investigar semelhanças, diferenças e contradições que marcam a vivência do afeto desde os primórdios à contemporaneidade. Para isso, buscou conhecimentos da história, da psicanálise e da sociologia, ansioso por adentrar nesse universo por diferentes ângulos, e descrever uma "cidadania do amor".

 

"Com o espetáculo, quero partilhar as minhas leituras, desejos e oralidades que fui adquirindo ao longo do tempo", considera.

 

Com direção de Omar Rocha e produção de Daniela Gonçalves, Vamos falar de amor! vasculha, através de nove narrativas poéticas, o caminho para o amor ao longo dos tempos. Para isso Gylmar adaptou, por exemplo, histórias como a de Catulo e Clódia, da Antiguidade, e o medieval e lendário amor de Tristão e Isolda. "Também apresento histórias baseadas nas relações virtuais da atualidade, e fui construindo, criando ligações entre essas pequenas narrativas por meio da universalidade do amor", elucida.

 

Levar os poemas para o palco é um sonho antigo que Gylmar realiza agora. "Inicialmente passei a observar como as pessoas agem quando se encontram, se abraçam, a forma como falam umas com as outras. Depois comecei a conversar com essas pessoas, com casais, e até mesmo com pessoas solitárias. Fui vasculhando todas essas nuances, adquirindo referências bibliográficas e dividindo essas leituras do mundo com a construção dos poemas que compuseram a minha mais recente publicação, o livro Quase que".

 

Publicado em 2017, Quase que é fruto de sua pesquisa sobre o amor desde os tempos primitivos aos dias de hoje. "Eu vejo que o sentir e os gestos amorosos estão muito impregnados na nossa ancestralidade e devemos impulsioná-los sempre. Somos todos co-criadores desse sentimento, que aparece na nossa forma própria de amar, de conquistar, desejar, desapegar", considera. "Desejo que o amor seja um caminho, não apenas uma realização. Pretendo dedicar o resto da minha vida a esse estudo das subjetividades", conta.

 

No palco, Gylmar será acompanhado pela flauta transversal, baixo e piano elétrico dos multi-instrumentistas Fábio Amaral e Moacir Bedê, que executarão uma trilha sonora criada especialmente para essa apresentação. "Quando comecei a escrever esses poemas, percebi naturalmente que a música seria um par perfeito para a construção dessa narrativa sobre o sentimento amoroso", diz o escritor. Para Moacir Bedê, a música cumpre o papel de embelezar a mensagem do espetáculo. "A gente compôs uma trilha bem inspirada, criamos muita coisa na hora, em sincronia com a leitura dos poemas", antecipa.

 

Vamos falar de amor! - Espetáculo literomusical

Quando: Quarta, 31, às 20h.

Onde: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 - Centro)

Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Duração: 60 minutos

 

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