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Mimetismo urbano. Ensaio sobre a lida
Vida & Arte

Mimetismo urbano. Ensaio sobre a lida

| COTIDIANO | O repórter fotográfico Fábio LIma, do O POVO, olha o Centro de Fortaleza pela lida de trabalhadores, passantes ou moradores raros de um bairro que se mimetiza
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Por aqui, um convite para se embrenhar nos trajetos do repórter fotográfico Fábio Lima olhando o mimetismo de personagens do Centro de Fortaleza. Uma travessia entrançada pelos fazeres de trabalhadores, de moradores raros e de passantes das calçadas. Dos olhos sobre as lojas e ambulantes. De quem aproveita da coxia à sombra, num cotovelo de esquina ou praça, para um respiro no corre corre sempre amanhecedor do bairro histórico e comercial.

 

Respiro é modo de dizer. Pode até ter dado a hora do almoço ou terminado de descarregar os caixotes azuis cheios de mercadorias e, em vez de cochilar para refazer o corpo da lida, o celular furta o descanso. Ou apraz a faina.

 

Todo mundo no Centro tem um negócio a resolver. Ser funcionário de algum magazine ou, na informalidade, se assumir o próprio patrão no logradouro. São os cabelos de corda ou da cor da palha do chapéu para turistas e no encontro com o "sol quente".

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Vendem-se candidatos ao vento da praça do Boticário Ferreira. É uma sobrevivência do trabalho temporário ou que não há. Vendem-se desejos em manequins bundudos para coisificar os corpos reais ou não... É tudo verdade, é tudo transformado em mercadoria.

 

O Centro é também o que o olhar do fotógrafo escolheu para ser. Ninguém flagra a câmera e talvez, por isso, não tem tempo para desnaturalizar a cena. O bairro é do jeito que amanhece, segue o dia pulsando e anoitece numa batida mais surpreendente ainda de mimetismos indizíveis.

 

Por aqui, pela calçada, na rua, em algum muquifo, restaurante, shopping improvisado e qualquer lugar do Centro... vamos olhar pelas lentes de Fábio Lima.

 

Sobre o fotógrafo

 

Perfil

 

Fabio Lima iniciou no fotojornalismo em 1994. Tem no currículo coberturas de eventos como o Festival de Cannes, no sul da França, as Olimpíadas de Sidney, na Austrália, e da Copa do Mundo de 2014. Soma dezenas de prêmios regionais e nacionais. Em 2017 venceu pelo O POVO o prêmio de jornalismo do Banco do Nordeste, com o trabalho fotográfico sobre a transposição do Rio São Francisco, na categoria iconografia/nacional, além de ter sido selecionado para o livro Melhor do Fotojornalismo Brasileiro, publicado pela editora Europa. Tem como marca o olhar único aos enquadramentos do cotidiano.

 

 

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