Décimo primeiro filme de uma franquia cheia de idas e vindas, baixo orçamento, uma mulher de 59 anos como protagonista. Analisado sob a mais básica ótica hollywoodiana, Halloween (2018), de David Gordon Green, era um desastre anunciado. Só que, desde o anúncio, a expectativa por essa nova sequência do clássico do horror "slasher" era imensa. E há uma semana em cartaz nos Estados Unidos, as cifras já demarcam recordes.
No primeiro fim de semana em cartaz nos EUA, o filme bateu a marca de US$ 80 milhões e já "se pagou" mais de oito vezes, já que o "modesto" orçamento é de US$ 10 milhões. Ambas as cifras são do site especializado Box Office Mojo. A própria estrela do longa, a atriz Jamie Lee Curtis, foi ao Twitter comemorar algumas das marcas. A obra é a segunda maior estreia do mês de outubro, só atrás da superprodução Venom, é o longa com protagonista mulher com mais de 55 anos que mais arrecadou e já bateu o recorde da própria franquia, que era do reboot de 2007, dirigido por Rob Zombie.
Ajustando as arrecadações pela inflação dos Estados Unidos nas últimas décadas, o recorde segue com o longa original, que fez US$ 47 milhões em 1978 - o que equivale a US$ 181 milhões nos EUA de hoje. Todos os outros nove filmes foram superados em um fim de semana.
Considerando apenas o subgênero "slasher", em números absolutos, Halloween já é o quarto maior sucesso. Só falta superar os três primeiros filmes da franquia Pânico e o infame Freddy vs. Jason (2003). A seguir nesse ritmo, o longa de David Gordon Green deve arrebatar esses recordes em breve. Levando-se a inflação em consideração, o recorde é do Halloween original, de John Carpenter.
Entre filmes de terror como um todo, Halloween também mostrou força. Desconsiderando a atualização de cifras, a obra teve a segunda maior abertura da história do cinema do gênero. O único a superar o feito foi a refilmagem de It - A Coisa, lançado no ano passado.
Como já se sabe, Halloween (2018) é a sequência direta do clássico original Halloween A Noite do Terror (1978), do mestre John Carpenter autor ainda de obras como Fuga de Nova York, Enigma do Outro Mundo e Christine, o Carro Assassino.
No longa original, Michael Myers (Tony Moran) volta à cidade de Haddonfield 15 anos após, na infância, matar a própria irmã. Municiado da icônica faca de açougueiro e escondido sob uma máscara do Capitão Kirk (de Star Trek), o vilão recomeça a matança e aterroriza a Cidade. O desafio final é a babá Laurie Strode (Jamie Lee Curtis, então aos 19 anos), que consegue parar o assassino implacável.
Quarenta anos depois e surge um novo halloween para vilão e mocinha se reencontram para um confronto final.
Perguntas com respostas
- Quantos halloween existem?
Este é o 11º filme da franquia que começou em 1978. Originalmente, foram seis filmes (1978-1995) até a primeira "bifurcação" nos filmes, com Halloween H20: 20 Anos Depois (1998) e sua sequência, Halloween: Ressurreição (2002), que ignoram os filmes 4, 5 e 6. Em 2007, a franquia sofreu um reboot, comandado por Rob Zombie, que rendeu mais duas obras.
- Que filmes devo ver antes deste?
Halloween (2018) ignora completamente todos os filmes, menos o original. Ou seja, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) não morreu, não fingiu a própria morte, não morreu de novo, nem nada. Ela simplesmente "venceu" Michael Myers, que passou os últimos 40 anos preso.
- Quem é o vilão da franquia?
O fator mais marcante de Halloween é Michael Myers. Ignorando o misticismo de algumas sequências mais infames, ele é basicamente um homem com máscara do Capitão Kirk (Star Trek), uma faca de açougueiro e um desejo assassino irrefreável, que começou ainda na infância. É esse o charme de um dos ícones "slasher" da história.
Animação brasileira
Foi divulgada ontem, 24, a lista das 25 animações submetidas para a consideração da Academia de Hollywood. Esse é o primeiro passo até culminar nos indicados à categoria de Melhor Animação do Oscar 2019. Entre as produções listadas, está o filme brasileiro Tito e Os Pássaros, que foi selecionado para o célebre Festival de Cinema de Animação de Annecy.
Caso o longa seja selecionado para disputar o prêmio, não seria a primeira vez de uma animação nacional no Oscar - em 2016, O Menino e o Mundo foi indicado.
Tito e os Pássaros segue a história de um menino que, junto com o pai, deve descobrir a cura de uma curiosa doença, contraída pela pessoa após ela tomar um susto.
A obra brasileira disputará as cinco vagas finais com filmes como Hotel Transilvânia 3, Os Incríveis 2 e Ilha dos Cachorros
Cinema Luso Afro Brasileiro em destaque
Começa no próximo dia 30, terça-feira, a terceira edição do FestFilmes - Festival do Audiovisual Luso Afro Brasileiro. A programação se estende ao longo do mês, até 21 de novembro, e se espalha pelas cidades de Juazeiro do Norte, Redenção, Baturité e Fortaleza. Serão apresentados 92 filmes entre curtas, médias e longas-metragens produzidos no Brasil, Portugal e Moçambique. O evento tem ainda seminários, cursos e palestras. Este ano, o evento vai homenagear os cineastas cearenses Jefferson de Albuquerque Júnior e Halder Gomes, que receberão a Comenda Francis Vale, em homenagem ao cineasta cearense falecido em 2017. A programação completa do festival está disponível no site www.festfilmes.com.br
M. Night Shyamalan na ccxp 2018
M. Night Shyamalan virá ao Brasil para participar da quinta edição da Comic Con Experience (CCXP). O diretor de O Sexto Sentido, Corpo Fechado e Fragmentado vem a São Paulo apresentar seu novo filme, Vidro, no dia 8 de dezembro. Segundo a distribuidora do filme, Vidro mostra David Dunn (Bruce Willis) em uma série de encontros cada vez mais intensos com a figura super-humana conhecida como Fera, uma das personalidades de Crumb (James McAvoy). Enquanto isso, a presença sombria de Price (Samuel L. Jackson) surge como "um articulador que guarda segredos críticos para os dois homens". O filme estreia no Brasil em 17 de janeiro de 2019.