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| Gratuito | Sexta edição da Bienal Internacional de Dança do Ceará de Par em Par começa amanhã, 19, celebrando a beleza dos encontros e a potência da arte enquanto luta
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O corpo age, cria, dança e, por isso, resiste. A VI Bienal Internacional de Dança do Ceará de Par em Par, que inicia amanhã em Fortaleza, mostra que arte se faz da soma de muitos olhares, de muitas mãos e cumplicidades. Em Fortaleza e no interior do Estado, a Bienal celebra a dança, transpõe barreiras e questiona: o que pode dizer o corpo?

 

Apresentando o corpo como um território, o espetáculo Antes, da Companhia suíça Alias, é parte da cerimônia de abertura que acontece amanhã, às 20 horas, no Theatro José de Alencar. Já no palco do Teatro São José, que recebe a festa de abertura, um dos destaques é o show Trava Línguas, da artista paulista Linn da Quebrada, com início às 22 horas.

 

Com acesso gratuito, a programação percorre diversos equipamentos culturais de Fortaleza, além das cidades de Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi. "Nosso propósito é derrubar barreiras entre a caixa cênica do teatro e a rua", explica David Linhares, diretor do evento. "Desde os teatros de grande plateia até as periferias, a Bienal é pensada com a Cidade e para ela" explica.

 

Com mais de 125 apresentações em diferentes espaços culturais da Capital e do Interior, a Bienal de Par em Par é fruto de um trabalho coletivo e aberto ao diálogo. Para David, essa "associação de resistências" permitiu que o evento seja realizado. "O nosso grito de teimosia e resiliência é muito importante, porque leva às pessoas a importância da liberdade de expressão do corpo, ampliar nossa forma de falar de cultura em tempos tão difíceis", completa.

 

Ao dialogar com diferentes expressões artísticas, a Bienal cumpre o papel de dinamizar a cena da dança local. Para Ernesto Gadelha, o evento se deixa surpreender por diferentes olhares sobre a dança. "Abrindo espaço também para a expressão de jovens artistas", explica. Ernesto coordena o projeto Trajetos EnCena, que aproxima os jovens de três bairros de Fortaleza dos saberes e fazeres coreográficos. "Nossa intenção é gerar sinergia e apoiar o desenvolvimento da dança em diferentes espaços da Cidade", explica.

 

Nomes da dança contemporânea no País ganham espaço em mais uma edição. Entre eles, a Cena 11 Companhia de Dança, de Santa Catarina (com o espetáculo Protocolo Elefante) e a bailarina Jussara Belchior, com o solo Peso Bruto. A apresentação, que estreou em 2017, parte do estranhamento causado pelo corpo gordo na dança. "É um espetáculo que trata da forma como lidamos com nossos formatos, de como a gente aprende a se empoderar do corpo que a gente tem", explica Jussara.

 

Com espetáculos que aproximam dança, teatro, performance, artes visuais, circo e outras manifestações artísticas, a programação local agrupa diferentes estéticas e reflete a pluralidade da produção artística do Estado. A Companhia Balé Baião, de Itapipoca, apresenta o espetáculo Estado de Luta, que expõe o corpo como presença interventiva no mundo.

 

Com 25 anos de atuação, o grupo tem uma história marcada pelo engajamento. "Para além da técnica de dança, acreditamos que ela pode ser uma expressão legítima dos sonhos e lutas de um povo", considera Gerson Moreno, diretor e fundador do grupo. Com sete artistas em cena, a trilha sonora potencializa musicalidades marginais, de resistência e reinvenção.

 

VI Bienal Internacional de Dança do Ceará /
De Par Em Par

Quando: abertura amanhã, 19, às 20 horas. Programação segue até 28 de outubro.

Onde: Theatro José de Alencar (rua Liberato Barroso, 525 - Centro)

Programação em Fortaleza (19 a 28), Paracuru (19 e 20), Pacatuba (22 a 24), Itapipoca e Trairi (26 e 27)

Programação gratuita

Telefone: 3231 7241

Programação completa: www.bienaldedanca.com/2018/site/index.html

 

 

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