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País Amazônia
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| Natureza | A Floresta Amazônica guarda em si um Brasil pouco conhecido pelos próprios brasileiros. O empresário Ricardo Bola Fusco esteve lá, viveu muitas experiências e relata algumas delas ao V&A;
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Ricardo Bola Fusco

Especial para O POVO

vidaearte@opovo.com.br

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O turismo na Floresta Amazônica é bem estruturado, com hotéis para todos os gostos e bolsos, dos mais simples aos mais sofisticados. Desde um dormitório bem rústico compartilhado, até quartos envidraçados, com ar condicionado, de onde você pode ver o pôr do sol tomando um Champanhe, em sua cama com lençóis de fios de algodão egípcios. Os preços das diárias variam de R$ 250 a R$ 2.500 por dia, por pessoa. Os pacotes de hotel de selva incluem praticamente tudo: traslados até o hotel e de volta para Manaus, hospedagem na acomodação escolhida, todos os passeios, guia 100% do tempo, café, almoço e jantar. A única coisa que se paga por fora são as bebidas. De resto, quem fecha esses pacotes não se preocupa com nenhuma logística.

 

Passei aproximadamente um ano matutando uma expedição para lá. A ideia era viver as experiências de estar na floresta. O pacote, de 4 dias/3 noites, incluía um pernoite num hotel de selva, localizado à beira do Rio e com toda estrutura, e também as vivências de um acampamento na mata e na casa de nativos ribeirinhos.

 

Entre as experiências que vivi, levarei na memória os mais lindo pôr do sol da minha vida, que assisti sentado em uma canoa, "perdido" no meio de algum lago da bacia amazônica. A exuberância da natureza dá ao alvorecer, ao nascer da lua, ao canto dos pássaros percepções sensoriais extremamente especiais, marcantes. Outra experiência inesquecível foi passar a noite na mata, cozinhar numa fogueira, dormir numa rede armada sob uma barraca de palha rústica ouvindo cada som da floresta ( e sentindo muitos frios na barriga!). Que noite memorável!

 

É válido alertar aos hiper-conectados que encarar uma experiência como essa pressupõe conexão total com a natureza e a conformação de se desconectar do mundo tecnológico. Essa região não pega nem telefone fixo, nem celular, nem internet (o que, nos tempos atuais, chega a ser uma benção).

 

Nas trilhas pela floresta pode-se conhecer inúmeras espécies de plantas e seus usos, desde repelente de mosquitos, passando por matéria prima para perfumes da Channel e de remédios; cordas e folhas para amarração e artesanato indígena; até larvas, sementes e castanhas que podem ser consumidos em caso de sobrevivência. Uma "aula viva" da floresta e da história do Brasil.

 

Atrativo internacional, a Amazônia tem guias bem treinados que falam português, inglês e espanhol. Durante os dias em que estive por lá, vi mais estrangeiros do que Brasileiros. Noruegueses, Alemães, Suecos, Italianos, Coreanos, Suíços. Para eles não existe uma viagem ao Brasil sem visitar a Floresta Amazônica. E eles estão certos. A Amazônia é gigante, sem fim. Essa imensidão nos faz refletir, de uma perspectiva real, o quanto somos pequenos e pouco conhecedores do nosso mundo. A vida nessa parte do Brasil é totalmente diferente da nossa realidade. É um lugar que vive sobre as águas; todo transporte é todo feito por barcos. As pessoas são simples, mas não há miséria. Todos têm onde morar, frutas, grãos e peixe para comer.

 

Vivi momentos mágicos e inesquecíveis nesse recanto do Brasil que se ordena de outras formas, em outro ritmo, por outros meios. É um lugar tão especial que passei a chamar aquela região de: "O país Amazônia". Um lugar incrível, (infelizmente desprezado por muitos de nós), único, e um daqueles destinos no mundo que temos que tentar ir ao menos uma vez na vida!

 

Ricardo Bola Fusco é empresário 

 

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