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Os sinais estão por toda parte
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Os sinais estão por toda parte

| TENDÊNCIA | Autor de Observatório de Sinais e Vestígios do Futuro, sociólogo Dário Caldas lança luz sobre comportamento e consumo durante palestra em Fortaleza
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A tendência é um movimento. É ela quem desvenda o espelho do comportamento com foco no hoje e no futuro. O que a Netflix, com suas séries de interesse nacional e global, e o fashion show do "eu" de Jeremy Scott na última edição da Nova York Fashion Week (NYFW), com polaroids dos 90's nas roupas, têm em comum, por exemplo? "São sinais, avisos que antecipam tendências em formação, podendo partir de qualquer lugar", explica o sociólogo, autor do livro Observatório de Sinais (2004), Dário Caldas.

 

Há mais de 15 anos no mercado de prospecção, o expert, referência quando o assunto é estudo de tendências, é autor de cinco livros incluindo Vestígios do Futuro, lançado no último dia 10, em Fortaleza. Como a Worth Global Style Network (WGSM), leia-se um dos maiores bureaus de tendências do mundo, seus boletins informativos, disponíveis no site do Observatório de Sinais (Odes.com.br), direcionam ao mapa-múndi do comportamento de consumo. "As pessoas e seu comportamento, qualquer esfera do cotidiano, da cultura e do consumo, cidades, países... Tudo, em princípio pode emitir sinais", conceitua.

 

Num mergulho além da música, o mestre em Comunicações convida a dar repeat no hit Jogando Sujo de Ludmilla. O vídeo com a cantora ajuda a prospectar uma visão futurista traduzida no look e na estética supermoderna das cenas, associada também à tecnologia, com a evolução dos smartphones, por exemplo, diretamente ligada à macrotendência da leveza, do light, do micro, do que é nano e flexível, revelada por Caldas no encontro com ele na cidade.

 

Essa leveza está no look de passarela, passa pelos hábitos alimentares cada vez mais saudáveis, até a própria sustentabilidade, tendo a Reebok e o Ateliê Marina Bitu como dois insights voltados à moda. Ambos assinam design a partir do reuso do milho como matéria-prima. A confecção do primeiro sneaker eco-friendly da marca mundial de tênis e o punho que arremata um dos vestidos em seda pura do ateliê cearense.

 

Outra macrotendência sinalizada pelo sociólogo estudioso da área diz respeito à estetização das coisas, ao desejo por beleza presente em todos os aspectos da vida. Vai da linha home e décor Tiffany & Co. a silhuetas "wow" de óculos, chokers e peças de roupa.

 

A "artialização" também é apontada em seu estudo recente das tendências. A macrotendência (por ser macro, prolonga-se por mais tempo) traz esta "hibridação entre artes e consumo"; vide o Tênis Vans Van Gogh Museum e a bolsa da Louis Vuitton com Monalisa estampada.

 

Assim como a arte e a street art ganham novos "suportes", o tema África surge como novo influente para arte e estilo. Basta espiar, por exemplo, no @huffpost no Instagram, os looks do 13º festival anual de #AfroPunk no Brooklyn, em Nova York.

 

O que virá depois? A pergunta é o próprio combustível para Dário Caldas. O pesquisador chama atenção à era hiperconectada, onde o "próximo capítulo", tal qual é no Instagram, já faz parte da cultura storie styling, hoje, das marcas.

 

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