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O mercado trilionário deles
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O mercado trilionário deles

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De acordo com o Instituto Locomotiva, a indústria masculina tem potencial de R$ 2,4 trilhões no mundo. Os homens estão mais vaidosos. A mudança de comportamento se reflete até mesmo nas ruas, com a onda de barbearias e salões especializados para eles. No Reino Unido, a MMUK já abriu loja física voltada para maquiagens para homens. Alguns youtubers e instagrammers já começam a apresentar a rotina de maquiagem e cuidados. Não os beauty boys que usam cores chamativas e olhos esfumaçados. Mas o homem do dia a dia, que sai de casa com protetor solar e base.

 

Se na moda o limiar que define gêneros tem sido desafiado há décadas, outros segmentos passam a entender que os tempos são outros. "Era binário e as pessoas começam a ter mais tolerância e aceitar diversidade. Moda é uma indústria que sempre brincou com esses extremos. Legal é quando vemos indústrias caretas adotando narrativas inclusivas", argumenta a publicitária Andrea Bisker. Ela conta que, em ação na Irlanda, a cerveja Guinness mostrou comercial de um jogador de Rugby, esporte violento e duro, revelando-se gay para os colegas de time. Em outra peça, da Pantene, pais e filhas dividiam momentos de ternura enquanto eles faziam penteados nas meninas.

 

Mais de metade dos homens brasileiros já foram rotulados gays ou afeminados por expressarem sentimentos. É pena social que os homens pagam. Dentro desse cenário começamos a ver algumas marcas se dissolvendo desses valores masculinos tradicionais.

 

As marcas já entenderam que, se não abraçarem causas importantes, as pessoas não vão consumir seus produtos. "Estamos vendo que as coisas estão mudando. Principalmente entre os mais jovens a gente nota um comportamento mais permissivo", conta.

 

Para o acadêmico e estilista Mário Queiroz, a discussão está apenas no começo. Idealizador do evento Homem Brasileiro, ele afirma que as marcas precisam se aprofundar nas questões e promover o debate, além das superficialidades da imagem que querem passar por meio de seus comerciais.

Isabel Filgueiras

 

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