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| VILA DAS ARTES | Mostra apresenta recorte da cinematografia asiática para estimular debates sobre a produção audiovisual do continente e suas representações de gênero e sexualidade
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São mais de 43 milhões de quilômetros quadrados, de 4 bilhões de habitantes e de 45 países. Além de grandiosos dados numéricos, o continente asiático guarda em si inúmeras culturas. É com foco nessa multiplicidade específica que a mostra A Ásia é uma só? irá ocupar a Casa do Barão de Camocim na semana que vem, entre os dias 23 e 26 de julho. A ação tem curadoria da realizadora em audiovisual Beatriz Cortez Tanabe e do fotógrafo e jornalista Eduardo Barrosa e dá início ao cineclube Telas Abertas em 2018, projeto da Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes.

 

Dez filmes de seis países diferentes - Irã, Tailândia, Singapura, Índia, Japão e Indonésia - compõem a programação da mostra. Na seleção, chama atenção a predileção pelo formato de curta ou média-metragem e, ainda, por cineastas menos reconhecidos pelo circuito internacional. Há, também, uma presença forte de obras experimentais. "No processo de curadoria, concordamos que a mostra só poderia surgir após muitas problematizações. Colocar esse título era uma forma de estimular isso. Nos incomodava o cinema asiático ser relacionado e reduzido ao Japão e à China. É injusto um continente tão amplo ser visto como um pequeno bloco", contextualiza Beatriz.

 

A intenção curatorial de trazer produções de outros países levou a dupla, inclusive, a descobrir novos cineastas. "A curadoria é de pesquisa e, muito mais, de aprendizado. Trazemos cineastas que a gente conheceu durante o processo", exemplifica. "Nossa preocupação maior era que as obras, fossem curtas, médias ou longas, trouxessem reflexões de gênero, sexualidade e até de nacionalidade, justamente para não reiterar a ideia de 'nicho' que paira sobre o cinema asiático", avança a curadora.

 

Nos filmes, a abordagem vai da transexualidade a questões geracionais de família, passando pelo lugar da mulher, reflexões políticas e conteúdos sobre memória. A partir desses e de outros temas, surge a possibilidade para o espectador de aproximar aquela realidade com a do Brasil. "Uma das questões fortes enquanto pensávamos a mostra era o lugar de fala. Tudo é um recorte. O cinema, no continente asiático e no nosso País, é de muita resistência. São diversas lutas. Acredito em um momento em que nós não vamos mais nos calar, principalmente em tempos de golpes que a gente sobrevive. Por isso a importância de exibir em um espaço público, para que a comunidade o ocupe e amplifique esses debates", convida.

 

A Ásia é uma só?

Data: de 23 a 26 de julho, às 18h30

Local: Casa do Barão de Camocim (rua General Sampaio, 1632, Centro)

Entrada gratuita.

Infos: tinyurl.com/y8327r8s

 

Programação Completa

 

Sessão 01 - 23/07

Linger (2009), de Sim Bee Li

Caracol (1994), de Naomi Kawase

 

Sessão 02 - 24/07

O dia em que me tornei mulher (2000), de Marzieh Makhmalbaf

 

Sessão 03 - 25/07

Melancia, peixe e metade fantasma (2015), de Payal Kapadia

Luminous people (2007), de Apichatpong Weerasethakul

Para além das montanhas (2011), de Aya Koretzky

 

Sessão 04 - 26/07

Lilies (2013), de Yudho Aditya

Sexual struggle in India (2009)

Lee (2011), de Roland Wiryawan

Tom / Trans / Thai (2011), de Jai Arun Ravine

 

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