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Pelas mãos dos moradores da comunidade do Serviluz foi construído o prédio da Associação de Moradores do Titanzinho. Criada em 1986 para fortalecer a luta por moradia no bairro - que desde a criação na década de 1940 é ameaçado de remoção por diversos órgãos e instituições -, teve a arte e a cultura transformando-se em principais meios de integração da comunidade, oferecendo atividades gratuitas e sendo morada de diversos coletivos artísticos.

Três décadas depois do primeiro mutirão, que levantou as paredes do prédio, os integrantes da Associação de Moradores agora pedem auxílio para a reestruturação do local. Sem ter passado por nenhuma grande reforma desde a construção, apenas pequenos reparos, a sede está com a estrutura comprometida e dificuldades para continuar a realizar atividades. "O foco da associação é a comunidade. Aqui é ponto de apoio para atividades externas, além de ser espaço para formação em audiovisual, música Nós precisamos dessa reforma, porque hoje estamos numa situação precária", explica Pedro Fernandes, morador do bairro e um dos coordenadores da associação.

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Contudo, a dificuldade de obter recursos financeiros tem sido grande entrave para a reforma. "Os coletivos concorrem a editais, mas nem os públicos nem os privados preveem uma parte da verba para manutenção do prédio, apenas para as ações. Mas a gente não precisa só das atividades, é importante que o local esteja estruturado e organizado para que os coletivos consigam trabalhar. Precisa dessa organização bem maior para funcionar", expõe Pedro.

O financiamento coletivo - onde qualquer pessoa disposta a colaborar com projetos pode contribuir financeiramente - foi alternativa encontrada para conseguir tirar a reforma do papel, através da campanha AMOTitan. "Ela nos fortalece porque convida as pessoas a nos conhecerem melhor e permite aquelas que se identificam com nossa luta e já nos apoiam de alguma forma a fazerem parte desse novo momento da Associação. A Campanha AMOTitan foi pensada para nos aproximar, ainda mais", enfatiza Fabíola Gomes, graduada em Cinema e Audiovisual e que também integra a Associação.

Além da campanha, a Associação também irá realizar atividades em parceria com os coletivos que habitam o prédio, além de estarem recebendo doações. "Nós não tínhamos sede e hoje podemos dizer que a associação é nosso espaço. Por isso, enquanto grupo e ocupadores desse espaço, a reforma é nossa maior prioridade", expressa Gleison Cruz, um dos fundadores do Grupo de Teatro Dito & Feito. O início da reestruturação do prédio está previsto para setembro. Ela será feita, através de mutirão, também pelas mãos dos moradores da própria comunidade. "É uma forma solidária de construir. Na nossa reforma, vamos focar em tornar a associação autossustentável, aproveitando o máximo dos recursos naturais, mantendo a preocupação ambiental que já temos", descreve Pedro.

Outros projetos

Surf das manas

Voltado para a juventude feminina do Serviluz, o projeto parte do surfe - esporte muito praticado na região - para discutir questões como participação feminina, direitos humanos e redução de danos, além de pensar estratégias de sobrevivência no contexto social.

Banda Éter na Mente

Criado em 2015 no Cais do Porto, o grupo formado por músicos que moram na comunidade tem sonoridade influenciada pelo rock experimental, pós grunge, rock progressivo e punk. Apresenta em sua composição letras políticas e poéticas, passeando pelo autoral, buscando valorizar sua identidade cultural.

Projeto de Vida

Criado em 2015 e desenvolvido por psicólogos e estudantes de Psicologia, o projeto tem como objetivo trabalhar com crianças e adolescentes estimulando a reflexão crítica e desenvolvendo atividades voltadas para temas como direitos humanos e empoderamento pessoal. Desde 2018, o projeto tem como espaço físico a Associação dos Moradores do Titanzinho.

Serviço

Mutirão AMO Titan - Campanha para reforma da

Associação de Moradores do Titanzinho

Quando: até 20 de setembro de 2018

Mais informações: https://www.catarse.me/amotitan