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O baú de Melodia
Vida & Arte

O baú de Melodia

| homenagem | Acervo inédito de Luiz Melodia será apresentado durante a 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira, que acontece em agosto, no Rio de Janeiro, e vai homenagear o cantor um ano após sua morte
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No próximo dia 4 de agosto, completa-se 1 ano da morte de Luiz Melodia. O cantor e compositor carioca, que nasceu e cresceu no bairro do Estácio, morreu aos 66 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer de medula óssea. Sua empresária e mulher por 40 anos, Jane Reis, agora está às voltas com os preparativos da homenagem que Melodia vai receber na 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira, marcada para o dia 15 de agosto, no Rio de Janeiro. No início deste mês, ela se encontrou com José Maurício Machline, idealizador e diretor do prêmio, e entregou para ele fotos inéditas que estavam no acervo de Melodia e também uma música inédita do compositor. "O Luiz fez uma letra com melodia para nosso filho, Mahal, que é músico também, desenvolver um rap. Era para o disco dele, o Zerima (de 2014), mas o Mahal acabou não fazendo. Encontrei essa letra e passei para o Zé (Maurício) e a equipe dele", conta Jane.


"A Jane acabou de trazer para nós um arquivo incrível de fotos do Melodia, que vão ser usadas no prêmio", diz, entusiasmado, José Maurício Machline. "Tudo isso vai ser usado na composição do cenário, e o roteiro está sendo escrito pela Zélia Duncan, que é nossa parceira há muitos anos, e ela está pegando coisas da vida do Luiz Melodia de muita relevância para serem relembradas".


Ainda segundo Machline, homenagear Melodia já estava nos planos antes de sua morte - pelo regulamento, em um ano o prêmio presta tributo a um artista vivo e, no seguinte, um artista morto, mantendo essa alternância. "O Melodia já estava no nosso radar antes de morrer, mas, com a morte dele, acho que se tornou mais urgente trazer a importância da obra dele para o momento atual que a música brasileira vive", comenta ele, antecipando alguns detalhes de como será a homenagem no palco durante a cerimônia: "A gente já tem alguns números musicais definidos, como Fadas, que vai ser executada pelo Pedro Luís, Yamandu Costa e Hamilton de Holanda; Alcione vai cantar Estácio, Holly Estácio; Zezé Motta vai cantar em dupla com Sandra de Sá em Dores de Amores. Isso é o que a gente já tem definido até agora".


Mentora do acervo de Melodia - que inclui letras rascunhadas, músicas registradas em celulares e fitas cassetes, e vasto material fotográfico -, Jane guarda tudo no escritório que fica no anexo à sua casa. "Como trabalhei com ele durante 40 anos, acompanhava cada pedacinho de cada coisa. Eu sei o que tem, está tudo organizado, tudo em ordem.


Ainda não vi os celulares, que, com certeza, têm músicas. Ele gravava direto no celular; terminava uma letra e me dava; cantava música para mim, porque me chamava de 'meu gravador', já que não esqueço. Então, tudo o que ele fez eu sei."


Jane, no entanto, quer acessar esse acervo aos poucos. Quer respeitar a ordem de lançamento dos projetos já programados, mas, acima de tudo, o seu próprio tempo. "Não consigo checar as gravações no celular, não existe a menor condição", desabafa. "Comecei a aceitar que sou viúva agora". Entre esses projetos engatilhados, está o DVD com o registro do show inspirado em Zerima (o último disco de Melodia), gravado em junho em 2016, no teatro da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, cujo repertório reúne canções como Cheia de Graça e Vou Com Você, além de clássicos como Pérola Negra, Ébano e Magrelinha. Há ainda um outro projeto, diz Jane, sobre o qual ela ainda não pôde dar mais detalhes.


Sobre a homenagem ao marido no Prêmio da Música Brasileira, Jane diz que será um momento de muita emoção, mas que estará amparada por pessoas queridas. "Vai ser a noite com a família e os amigos, de muito amor, carinho, do jeito que ele era e que gostava."

Agência Estado


 

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