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| Música | Projeto do Porto Dragão fomenta intercâmbios e novos olhares à produção autoral cearense a partir de shows realizados em São Paulo
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O Estado vive momento de ampliação de fronteiras no quesito música autoral e esse movimento de atração de olhares Brasil afora vem sendo reforçado pelo projeto Conexão Dragão do Mar de Música Cearense. Parceria entre o Sesc São Paulo e o Instituto Dragão do Mar, a iniciativa ocupa, até setembro, os palcos paulistanos com shows inéditos produzidos para reunir músicos daqui - a exemplo de Fernando Catatau, Soledad, Jonnata Doll e Lorena Nunes, que passaram por lá nos últimos dois meses. A proposta é estender para outras instituições e chegar também ao Rio de Janeiro (já tem show do Daniel Groove agendado no Circo Voador em agosto) e em Belo Horizonte.

 

"O Ceará tem esse histórico de artistas que rompem com o estigma do regional desde o Pessoal do Ceará, com o Fagner, o Belchior. A cena cearense se prolifera muito e os espaços culturais às vezes não conseguem acompanhar em tempo real", aponta Henrique Rubin, da Gerência de Ação Cultural do Sesc SP. O gestor detalha as vantagens de unir duas grandes instituições em prol de uma programação pensada e executada coletivamente. "Tem uma divisão dos custos envolvidos para trazer os artistas o que torna tudo mais prático, e o artista chega mais forte do que se chegasse por conta própria", aponta.

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Diretor de Ação Cultural do Dragão do Mar, João Wilson Damasceno afirma ser o modus operandi do projeto fornecer um suporte direto para o artista cearense, numa parceria que vai além do pagamento de cachê. "Nós, do Dragão, entramos com o deslocamento e a hospedagem do artista, além da assessoria de imprensa, e eles (do Sesc) entra com o cachê e os recursos técnicos. São duas instituições fortes, o artista chega com mais legitimidade", sustenta. Ele explica ainda que a iniciativa vive processo de formatação e deve ser afinada. "O projeto está surgindo como um piloto, um modelo, e já vem dando resultados".

 

A cantora Lorena Nunes, cujo show foi realizado no Sesc Parque Dom Pedro II em junho passado, faz coro à afirmação de João Wilson. "O projeto vai abrindo portas, eu conheci muitos músicos de lá. É uma divulgação importante". A artista pondera, entretanto, a necessidade de um circuito maior para que, de fato, os artistas possam repercutir pelo Sudeste. "Seria mais efetivo se pudesse ter um tipo de circulação, se cada artista pudesse fazer, pelo menos, uns três shows e a gente pudesse trabalhar melhor uma divulgação local", sugere.

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Essa primeira leva de 15 artistas selecionados para circular de maio a setembro deste ano foi escolhida a partir da convocação de ocupação do Porto Dragão, equipamento integrante do Instituto. "Mas queremos abrir o máximo possível. Alguns artistas mais novos ficam um pouco impacientes porque os selecionados já têm alguma visibilidade, mas é um processo. Nacionalmente eles ainda precisam ser projetados", explica Paulo Linhares, presidente do Instituto Dragão do Mar, informando ter sido uma provocação do próprio Sesc convidar artistas com certa projeção para ancorarem outros nomes.

 

O Conexão está alinhado a série de atividades do Porto Dragão, que, mais do que um palco para Fortaleza, se propõe uma aceleradora de projetos artísticos. O gestor detalha o estabelecimento de pontes com empresas do ramo musical como a distribuidora ONErpm, o Spotify e a agência Banana Music Branding. "Nós estamos aprendendo como trabalhar nesse modelo e queremos chegar mais nos artistas do Estado", completa.

 

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